Pouca gente sabe, mas o alagoano Djavan quase seguiu outro caminho antes de se tornar um ícone da música brasileira. Com um passado nos gramados do CSA, o cantor revelou, em entrevista ao Globo Esporte, como quase deixou o Brasil sem um de seus maiores talentos da MPB. Já pensou, minha gente!?
No ano passado, na véspera da estreia mundial de sua turnê "D", Djavan recordou o tempo em que o campo de futebol parecia mais promissor que o palco. Nos anos 60, a voz de "Flor de Lis" jogou no CSA (Centro Sportivo Alagoano), uma agremiação esportiva de Maceió, em Alagoas. "Foi maravilhoso ter participado disso quando eu tinha 16, 17 anos. Aqui no Mutange (antigo campo do time) eu ia três vezes por semana para fazer (treino individual) ou coletivo", recordou.
Apesar do amor pela bola, o futebol acabou ficando para trás quando Djavan conheceu um novo "parceiro de equipe": o violão. "Foi uma fase que durou pouco", explicou, referindo-se ao período de transição em que descobriu a música. "Foi justamente a fase da transição, a fase que descobri o instrumento. Quando eu optei definitivamente pela música, pela carreira de músico, foi quando eu descobri o instrumento, porque até então eu só cantava. Foi nessa fase que resolvi: não, futebol é muito cansativo, corre-se muito, eu vou ficar só com a música", explicou.
No CSA, o ídolo brasileiro atuava como meio-campo, uma espécie de "camisa 10", posição que exige visão de jogo e habilidade em armar jogadas. Apesar de um pouco tímido para falar de si mesmo, ele admitiu que gostava de seu estilo em campo. "Para eu falar de mim mesmo é uma coisa terrível, eu não consigo, mas todo mundo na época dizia que eu ia viver daquilo, que eu iria ganhar dinheiro com aquilo. Eu jogava no meio-campo, armando e tal, cabeça pensante do time, digamos assim. Eu amava aquilo, eu amava o que conseguia fazer dentro de campo, mas já teria acabado há muito tempo", recordou.
Hoje, aos 74 anos, Djavan é sinônimo de talento e criatividade na música, mas guarda no coração as lembranças de seus dias de atleta. Já sabia dessa? O divo pode até ter pendurado as chuteiras, mas trouxe para a música uma precisão e paixão que, que sabe, ele mesmo teria demonstrado nos gramados...