Na novela "Gênesis", Diná (Giovanna Coimbra) se encantou por Siquém (Marcelo Filho) e acabou transando com o príncipe, provocando uma reação explosiva de seus irmãos. "A história dela é feita por muitas tragédias, era uma época baseada na Lei de Talião 'olho por olho, dente por dente'. Então, tudo se pagava um preço muito alto, inclusive com a sua própria vida. Então principalmente depois de tudo que aconteceu em Siquém, ela vai mudar!", antecipa a atriz ao Purepeople.
"E as pessoas que passam por esse tipo de coisa psicologicamente ou tendem a entrar numa tristeza sem fim, ou ficam mais fortes, mesmo que essa dor não seja esquecida", prossegue Giovanna. "E a Diná na proposta dessa história, se sente muito culpada por tudo que aconteceu em Siquém. E essa autorresponsabilizaçao vai gerar grandes mudanças no psicológico dela", completa a carioca revelada em "Bom Sucesso" (2019), na qual viveu uma das filhas de Paloma (Grazi Massafera).
"E depois de tudo que ela passou, e ainda vai passar na vida, eu vejo ela como um exemplo de força", classifica a artista, apontando em Diná virtudes como gentileza e generosidade. "É curiosa demais, Desculpa, mas ela é muito apaixonante", derrete-se ela, indicando ainda que a personagem por seus dramas acaba conhecendo, por exemplo, a depressão.
Com 12 irmãos na trama bíblica da Record TV, que a protegem ao extremo, a atriz vai um paralelo entre ficção e realidade. "Tenho dois irmãos. E um pai que com certeza equivale a uns cinco irmãos da Diná. Eu sei a nível menores como é estar sob muita proteção, minha família sempre quis me manter segura, mas também nunca foi ao ponto de não me deixar respirar. Até porque, é na ausência dos pais que fica claro se os ensinamentos reverberaram ou não", afirma.
"Quando, como o caso da Diná, a proteção é tão tão grande, talvez ela fique distorcida. Deixa de ser proteção para uma contenção. E a pessoa pode chegar ao ponto agir por tudo que deixou acumular, como vimos na nossa história", avalia Giovanna, que passou a ser chamada fora das cenas de "Pequena", forma carinhosa como os irmãos de Diná a tratam. "Considero ter mais 12 irmãos na vida. Criei laços especiais com cada um dos deles", garante.
E para sua primeira novela bíblica, a atriz passou por workshops on-line com historiadores e uma preparação para compor a única filha de Jacó (Petronio Gontijo) com Fernanda Guimarães. "Isso foi excelente para mim, porque o período é o primeiro aspecto que eu estudo pra vivenciar a realidade do lugar que o personagem vive, e pude ter fontes confiáveis, falando de uma época que se tem poucos registros", avalia.
"Me ocupei de relatar o mais fiel possível. Mesmo que tenha exigido muito do meu emocional (risos). Para mim enquanto atriz, trazer a realidade como ela é, é primordial para que as pessoas tenham a possibilidade de ter suas próprias interpretações através das suas experiências de vida", opina Giovanna.
"Apesar de ser uma trama bíblica, percebo que o nosso texto foi feito para comunicar com todos de uma forma simples. Então, fiz, sim, ajustes finos, é importantíssimo, são mais de 1.400 anos de diferença, mas o meu texto não era tão rebuscado, justamente para comunicar com facilidade e gerar identificação com as mensagens que querem ser passadas. Esses ajustes vocês vão perceber nas sutilezas da Diná", indica.
Na vida real, Giovanna acabou se tornando irmã do meio após a morte de duas irmãs, porém assegura que aquela visão de não ser nem tão cobrada e nem tão mimada nunca ocorreu. "O carinho foi distribuído igualmente para todos os filhos as pressões também (risos) Apesar de que, não precisou", afirma.
"Sempre fui a maior pessoa a me pressionar. A minha origem e a minha história, fizeram eu valorizar cada oportunidade, porque sempre entendi que era meu dever honrar cada uma delas, pelo esforço que fiz para estar ali e dos meus pais anteriormente. E eu reforço isso sempre", completa Giovanna, que chegou a ser jogadora de basquete antes de se encontrar com as artes.