Diego Hypolito desabafa sobre a sua saída, que ocorreu no fim do ano passado, do Clube de Regatas Flamengo, equipe que defendeu durante dezenove anos. Em entrevista à coluna de Leo Dias, publicada nesta quinta-feira (6), o ginasta fala sobre o seu descontentamento com a situação.
Diego Hypolito solta o verbo a respeito de taxas que considera indevidas e salários atrasados: "O Flamengo procurou a gente dizendo que tínhamos que pagar uma transferência. Eu achei um absurdo, porque nós fomos mandados embora e, além do mais, eles ainda nos devem dois meses de salários atrasados".
O irmão da também ginasta Daniele Hypolito conta que não tem previsão de receber o dinheiro que lhe devem e ainda está sendo cobrado por uma taxa, que ele não sabe quanto é, mas garante que é alta: "Na realidade, eles sumiram. Na época da demissão, eles quiseram que nós assinássemos um termo absurdo em que nós nos responsabilizaríamos pela multa contratual, abdicaríamos do salário, tudo um absurdo. Era um termo para eles não pagarem nenhuma multa. E agora vêm com essa de taxa de transferência? Eles que não quiseram mais a gente, depois de 19 anos! Eu nunca vi isso na minha vida: ser mandado embora e ainda ter que pagar para sair".
Decepcionado após todos esses anos de dedicação ao clube, o atleta lamenta: "Eu peguei uma tristeza muito grande. O amor pelo clube continua, mas essa gestão foi radical e não viu a história dos atletas no clube. O Flamengo sempre pregou o amor à camisa. Eu fiquei no Flamengo em gestões em que eu não recebi o salário. Na época do Márcio Braga (ex-presidente), eu fiquei um ano inteiro sem receber salários. Mesmo assim, continuei. E agora estou sem clube e sem perspectiva de um novo contrato".
Diego diz que é diferente quando um presidente explica que o clube está passando por uma dificuldade, ao contrário do que ocorreu: "O incêndio que aconteceu no ginásio (em 29 de novembro de 2012) acabou sendo muito útil para eles. Mas os dirigentes do Flamengo continuam recebendo salários altíssimos. Duas semanas antes de ser mandado, embora eu procurei a direção, para dizer que continuaria no clube mesmo com salários menores, que eu aceitaria a redução do meu salário, afinal, eu queria continuar no Flamengo até o fim da minha carreira. Mas, depois de todo esse meu esforço, nada aconteceu. Me parece até que é uma questão pessoal deles conosco. A minha vida inteira eu vivi com os salários atrasados no Flamengo e isso não foi um grande problema. Eu queria continuar lá".
Apaixonado pelo time rubro-negro, o ginasta declara que apesar de tudo o que está acontecendo o amor continua: "Meu amor pelo Flamengo vai continuar até o fim da minha vida. O triste é que eu só tenho mais quatro anos na ginástica e esse é o tempo desta gestão no Flamengo".
Questionado se voltaria a defender o clube, Diego desabafa: "Com esta gestão que está aí, não sei. Sinto que ninguém me quer lá dentro. É importante dizer que eu não estou falando dos torcedores, mas sim dos dirigentes. Mas como é que você me explica que, no ciclo de uma Olimpíada, ainda não existe um ginásio de ginástica no Rio? Como é que os atletas que treinavam no Rio estão tendo que ir para São Paulo? Tudo o que está acontecendo é muito estranho. Eu não consigo dizer que eu fui rejeitado pelo Flamengo, porque esta gestão não representa o clube que eu tanto amo".