O assédio sexual denunciado por Su Tonani contra José Mayer em março deste ano teve um novo desdobramento: a TV Globo, acusada por Marcelo Rezende de ser machista, adotou um novo código de conduta interna para, assim, evitar que novos casos de abusos voltem a acontecer com seus funcionários. Segundo Léo Dias, colunista do programa "Fofocalizando", do SBT, o novo regulamento proíbe qualquer forma de convivência que possa provocar constrangimento a um colega de trabalho.
De acordo com informações do jornalista, as regras atuais da emissora servem para todos os funcionários, independentemente do tempo de casa ou função, já que todos estão suscetíveis aos abusos - Su Tonani, que não quis formalizar a denúncia, é figurinista, enquanto José Mayer é um antigo ator da empresa. "Não serão toleradas nenhum tipo de brincadeira verbal, toques, apelidos depreciativos e que caracterizem assédio moral ou deixem a pessoa ofendida. Agora a regra na Rede Globo é: se fez brincadeira de mau gosto, vai para o RH e, depois, para a rua", garantiu Léo Dias nesta segunda-feira (26).
Após declarar seu apoio à Su Tonani por meio das redes sociais, Letícia Sabetella revelou para a revista "Veja Rio" que o artista, substituído por Humberto Martins em papel da novela "O Sétimo Guardião", já havia feito um abuso parecido com ela. "Quando li o relato da Su, que não conheço, eu me compadeci imediatamente. Senti o que ela sentiu, e sabia que ela não estava mentindo. Também já tinha passado por uma experiência parecida com o Zé Mayer, que foi alertado de maneira amigável", relatou a atriz.
A explanação do caso de assédio que ganhou repercussão internacional não deixou Boni, ex-diretor da TV Globo, satisfeito. Para o profissional, a forma com que a emissora lidou com a situação foi errada: "Em primeiro lugar, assédio é inaceitável. Só dá para analisar esse caso tendo todos os detalhes. Mas acho que [neste caso] não precisava expôr. Isso aí é fazer sensacionalismo". Ele ainda criticou a abordagem dos noticiários sobre a denúncia: "Sinceramente, isso é assunto interno, não é assunto para ir para o 'Jornal Nacional'. Todas as grandes empresas resolvem seus problemas internamente. Tem que averiguar a denúncia e punir. O resultado disso aí não é que 'não houve transparência', é que acaba transformando um assunto interno em assunto público, com o Brasil com tanta coisa para ser discutida. Colocar seis minutos no 'Jornal Nacional' é apelação".
(Por Carol Borges)