André Camargo Aranha, empresário acusado por Mariana Borges Ferreira, ou Mari Ferrer, de estupro de vulnerável foi absolvido por unanimidade nesta quinta-feira (07). No caso, a influenciadora digital afirma que, em 2018, foi dopada e obrigada a ter relação sexual enquanto trabalhava na boate Café de La Musique, em Jurerê Internacional. A atualização da sentença gerou revolta nas redes sociais.
A decisão do caso foi tomada em segunda instância. Os três desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Santa Catarina alegaram falta de provas que incriminem André. Mari Ferrer poderá recorrer.
A atualização do caso fez a internet se revoltar novamente. Em poucas horas, "Mari Ferrer" já estava entre os assuntos mais comentados do Twitter.
"Essa justiça brasileira é uma chacota, forças Mari Ferrer, pois a justiça de Deus não falha !!!!", publicou MC Rebecca.
"180 mulheres são estupradas POR DIA no Brasil. Mais da metade são crianças de até 13 anos. E a punição? Cadê?", tuitou o jogador Richarlison.
"INACEITÁVEL! O estuprador de Mari Ferrer acaba de ser absolvido, apesar das muitas provas. Justiça por Mari Ferrer!", escreveu Guilherme Boulos.
"Mari Ferrer tinha sêmen com teste de DNA, vídeos, exame alterado, relatos André Camargo aranha tinha dinheiro e contatos. Tá certo", escreveu o influencer Lucas Paiva.
"Estuprador da Mari Ferrer foi absolvido por >>falta de provas<< mesmo com imagem das câmeras, exames, o vestido sujo de sangue e vários laudos médicos. e ainda falam que é só denunciar", comentou outra.
O julgamento reaqueceu as mobilizações que cobram por justiça à influencer. Um abaixo-assinado da plataforma Change.org voltou a crescer na última semana, recebendo 6,1 mil novas assinaturas, sendo 2,9 mil nas últimas 24 horas.
De acordo com a perícia feita durante a investigação, foi comprovado que Mari e André tiveram relações sexuais e que a jovem havia perdido a virgindade. Os exames toxicológicos e de dosagem alcoólica não detectaram qualquer tipo de substância no corpo da jovem. Apesar disso, nas imagens das câmeras de segurança do clube, é possível ver Mari cambaleando. A defesa da jovem diz que não foi descartada a possibilidade de uso de outras substâncias como ketamina.
Em sua defesa, André alega que Mari fez sexo oral nele de maneira consensual. Em setembro de 2020, André foi absolvido em primeira instância. No entendimento do promotor, o empresário não teria como saber que Mari não estava em condições de consentir a prática sexual. Logo, não haveria intenção de estuprar. A justificativa fez surgir nas redes sociais o "estupro culposo".
Na ocasião, um vídeo do julgamento mostrou o advogado do empresário, Cláudio Gastão insultando Mari. O profissional qualificou as imagens da influenciadora como "ginecológicas" e disse que "jamais teria uma filha do nível" dela.
O vídeo foi repudiado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que definiu as imagens como "estarrecedoras".