Exibida originalmente em 2000, a novela "Laços de Família " voltou ao ar nesta semana para sua terceira reexibição (2005 e 2016, no canal Viva). Novamente, a leucemia que atinge Camila (Carolina Dieckmann), as vilanias da ninfeta Íris (Deborah Secco) e a paixão de Edu (Reynaldo Gianecchini) por Helena (Vera Fischer) e sua filha, Camila, voltaram a gerar comoção no público, que reencontrou os personagens criados por Manoel Carlos após duas décadas. Foi também no folhetim em cartaz no "Vale a Pena Ver de Novo" que Juliana Paes estreou na TV e Giovanna Antonelli, na pele da garota de programa Capitu fez seu primeiro papel de destaque na Globo.
O elenco reuniu ainda José Mayer, desligado da emissora em janeiro do ano passado após denúncia de assédio, Leonardo Villar, morto recentemente, Marieta Severo, Tony Ramos, Lilia Cabral, Carla Diaz, Regiane Alves e Flávio Silvino, em seu único trabalho após o grave acidente de carro sofrido em 1993. Em conversa com jornalistas por videoconferência, a mãe da pequena Maria Flor, de 4 anos, avaliou sua Íris, que vivia uma relação nada amistosa com Pedro (José Mayer), o administrador do haras, um dos cenários da trama. "Ela dividia o público. Não acredito que seria cancelada hoje, por ser uma personagem complexa. A Íris tem muitos porquês que aumentam o carisma dela", ponderou a protagonista de "Salve-se Quem Puder", novela paralisada em março e que será retomada só em 2021 com redução no número de capítulos e novidades no elenco.
Na história, Íris era meia-irmã de Helena e filha de Ingrid (Lilia Cabral), vítima fatal de um assalto em posto de combustível. No decorrer dos 209 capítulos, a ninfeta despertou a paixão em Pedro, o truculento administrador que havia tido um romance com Helena no passado, de quem chegou a levar uma dose de palmadas. Embora saia em defesa de sua lolita, Deborah admite que a vilãzinha não tem temperamento fácil. "Mas motivo para ser cancelada, a Íris tem milhões", completou aos risos.
Já Carolina tem pensamento contrário em relação a sua Camila, que na reta final do folhetim perdeu os cabelos em tratamento contra a leucemia. "Não tem muita coisa que acontece antes dela se apaixonar pelo namorado da mãe e isso é muito forte. Acho que nem eu (ficaria ao seu lado)", apontou a atriz, que vê uma polarização maior atualmente do que há 20 anos. "Teríamos um risco maior de ter uma discussão mais inflamada, por as pessoas estarem com essa tendência de escolher um lado. Roubar o namorado da mãe é complicado. Nem dá para defender", concluiu a vencedora daquele ano do Troféu Imprensa de Melhor Atriz.
(por Guilherme Guidorizzi)