Febre nos anos 90, a bermuda teve seu retorno este ano e já tem feito parte do guarda-roupa de famosas e influencers, especialmente o modelo ciclista, que saiu dos looks de academia para compor produções da vida real. Nas passarelas do São Paulo Fashion Week não foi diferente. Mais despojadas e larguinhas, elas apareceram no desfile da Cotton Project. Já a apartamento 03 trouxe a peça em terninhos tão chiques que fazem até a mais conservadora das fashionistas repensar o uso da bermuda.
O retorno das décadas de 90 e 2000 à moda traz junto algumas peças um tanto quanto polêmicas, como, por exemplo, o bucket hat e os chunky sneakers. Uma das novidades para a temporada, peça das mais vistas nas passarelas das semanas de moda internacionais é a bermuda. Depois da febre da versão ciclista entre celebs e influencers que apostaram na modelagem mesmo com todos os narizes torcidos para ela, a bermuda ganhou status de hit e apareceu em diferentes modelos para o verão 2019.
O projeto Top 5, uma parceria do São Paulo Fashion Week com o Sebrae, leva novos talentos de todos os cantos do país para a maior semana de moda do país e tem foco em uma cadeia produtiva sustentável para pensar o futuro da moda. Nesta edição a mineira LED, do designer Célio Dias, se destacou pela proposta sem gênero e sustentável que sua grife propõe. "O desfile trouxe o nordeste como inspiração e teve o objetivo de falar de representatividade e desmistificar a figura do 'cabra macho'", conta Célio. A marca, que nasceu sem gênero ("um assunto já ultrapassado", acredita Célio) trabalha com cores vibrantes desde o início e, segundo Célio, busca traçar um mix de tecnologia com artesanato, sobretudo com o crochê. "Entendo que consegui dar uma cara contemporânea para esse trabalho que, muitas vezes, é considerado vintage. Célio, que se destacou na semana de moda também por usar uma t-shirt com o dizer "Ele não" para sua entrada final na passarela, conta que o posicionamento "em prol da humanidade e da empatia", está no DNA da marca que consegue crescer levantando essa bandeira. "Não é simplesmente uma questão política, mas humana", diz. Em alta nesta temporada, o crochê também apareceu na coleção da designer Karine Fouvry, que apostou em um desfile todo artesanal com looks em off white que remetem, também, ao nordeste e, sobretudo, à contribuição africana na cultura nordestina.