Cláudia Souto pode começar a respirar aliviada após a estreia de 'Volta por Cima '. No ar desde 30 de setembro, a novela tem sido um divisor de águas na vida da autora, que tem colhido bons frutos com a história de Madalena (Jéssica Ellen ) e Jão (Fabrício Boliveira). O novo folhetim tem sido elogiado pela crítica e público.
No entanto, para a novelista reverter o caos de um ibope fracassado vindo de uma enxurrada de tramas mal-sucedidas como 'Família é Tudo' e 'Fuzuê', o objetivo era superar os traumas mais recentes em sua vida pessoal.
"Essa novela é a minha volta por cima após um período de muita dor, quando você não sabe se você vai dar a volta por cima", conta a escritora, que escreveu tramas como Cara e Coragem e Pega Pega.
Após a novela que se concentrava na vida dos dublês como pano de fundo, ela sofreu um luto atrás do outro. "Quando acabou a novela, foi um período muito difícil, não só da pandemia em si, mundial, para todo mundo, mas meu pessoal, eu perdi minha mãe, perdi amigos. Não de Covid diretamente", relata.
"Eu estava realmente arrasada. Então, você tem que ter um período em que você começa a voltar a viver. Precisa dar a volta por cima, sim, mas você não sabe se você vai dar. [A indicação para] O Emmy me ajudou muito. Ser indicada com Cara e Coragem foi como se o destino dissesse: 'Pode virar página, deu tudo certo, vai criar outra'. Porque eu acabei muito, muito dolorida.", detalhou.
Com a indicação da novela para o poderoso prêmio, Claudia trabalhou a ideia de fazer algo diferente na TV, com um teor mais popular. "Porque a gente tem uma linguagem que não é mais um arco inteiro. Eles são arcos que se fecham e se abrem, é uma coisa que a gente foi vendo da necessidade do público de querer resolver logo as questões. Essa é uma novela bem diferente do que foi Pega Pega, em 2017, por exemplo, que já era dividida em atos. Mas acho que a novela vai evoluindo junto com o público."