Ana Paula Arósio já era um rosto conhecido quando fez sua estreia como atriz na TV Globo. Foi em "Hilda Furacão", minissérie adaptada por Gloria Perez do romance de Roberto Drummond e dirigida por Wolf Maya, que a ex-modelo de editoriais de moda e campanhas publicitárias consolidou sua carreira como atriz, depois de uma passagem de quase três anos pelo SBT.
A atração foi exibida pela primeira vez de 26 de maio a 23 de julho de 1998, em 32 capítulos, no horário de 22h30, e foi um marco na época pelo grande sucesso, chegando a ultrapassar a audiência da novela exibida no horário nobre da emissora, "Torre de Babel".
Passados 15 anos, o Canal Viva dá uma chance ao público saudoso do talento de Ana Paula Arósio - já que ela se afastou da carreira desde 2010, quando atuou na série "Na Forma da Lei" - de rever esta obra protagonizada pela atriz a partir desta terça-feira (19), às 23h10.
Com cenas gravadas em Minas Gerais, tendo a cidade histórica de Tiradentes como uma das locações principais, a trama aborda a história de Hilda Gualtieri Müller (Ana Paula Arósio), uma jovem bonita da alta sociedade que desiste de se casar no dia da cerimônia e rompe com a sua família. A moça escandaliza a sociedade mineira nos anos 1950 e 60 ao se tornar a mais disputada meretriz na zona boêmia da cidade, sensação do quatro 304 do Maravilhoso Hotel.
Quem narra a história é Roberto Drummond, vivido na trama por Danton Mello, um jovem idealista que vai viver na fictícia Santana dos Ferros com os amigos de infância: Aramel (Thiago Lacerda), que sonha se tornar ator de Hollywood, e o seminarista Malthus, interpretado por Rodrigo Santoro, que vai para a capital à procura de um convento de dominicanos.
Santoro ganhou destaque neste papel e sua atuação foi recebida positivamente pelo público e pela crítica. O drama de frei Malthus, que o povo da cidade acreditava ser santo apesar de nunca ter feito um milagre, se desdobra quando ele se vê apaixonado por Hilda Furacão, sem conseguir resistir ao assédio da moça. Se o amor proibido entre a prostituta e o aspirante a sacerdote tinha tudo para se tornar uma polêmica na época em que a minissérie foi exibida, a química entre os atores foi tão bem recebida que a autora não sentiu a necessidade e nem foi pressionada a mudar o rumo da história.
Curiosidades de bastidor
Ana Paula Arósio foi escalada para dar vida à protagonista dois meses após o início das gravações em Minas Gerais. Isso porque o contrato da atriz com o SBT ainda não havia chegado ao fim e as negociações entre as emissoras se arrastaram por cerca de um mês, até que a atriz, finalmente, foi liberada por um período determinado. Seu último trabalho na TV havia sido em "Ossos do Barão", do SBT, em 1997, no papel de Isabel, que por coincidência também desistiu de se casar durante a cerimônia e abandonou o marido no altar.
A atriz repaginou o visual para interpretar a personagem: cortou os cabelos, esticou os fios, deixando os famosos cachos negros para trás, e exibiu os fios avermelhados. O público também a viu em cenas de nudez pela primeira vez, mas de uma maneira sempre sutil e poética, na tentativa da autora e da direção de evitar polêmica. O figurino, que na primeira fase é composto por saias rodadas e godês, quando Hilda faz parte da alta sociedade mineira, muda radicalmente na segunda etapa, adotando um toque mais glamouroso e sensual.
Como prova do sucesso da obra, "Hilda Furacão" foi comercializado para vários países, entre eles Angola, Argentina, Cabo Verde, Chile, Honduras, México, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Rússia e Venezuela, além de ser lançado em DVD em 2002.
Enquanto a estreia de Ana Paula Arósio é aguardada nos cinemas com o filme "Anita e Garibaldi", prevista para dezembro deste ano, os fãs da atriz terão a oportunidade de matar um pouco da saudade de sua atuação 15 anos atrás. Confira a galeria com fotos de cenas de "Hilda Furacão" que preparamos!