Diferentemente de seu atual personagem, o metrosexual Stenio em "Salve Jorge", Alexandre Nero confessou estar menos preocupado com a vaidade conforme vai ficando mais velho. O ator é capa e recheio da revista Mensch de abril e falou sobre assuntos como a vida depois dos 40 e relacionamento.
"Depois dos 40 você percebe o peso da responsabilidade. Esse peso varia de 3 a 6 quilos, e se concentra basicamente na faixa abdominal (risos). Tenho me percebido menos vaidoso depois dos 40 do que aos 20. Isso se deve ao fato, talvez, de que aos 40 você se sinta menos cobrado por si mesmo que aos 20, afinal, já fez e já se provou muito".
Namorando há um ano e meio com a produtora Karen Brustolin, Alexandre já foi casado com a atriz Fabíula Nascimento por dez anos. O ator é objetivo ao dar sua opinião sobre o fim de um relacionamento. "O tempo corrói tudo. Ferro, madeira, aço, pele, osso, plástico, até memória, e por que seria diferente com sentimentos? Temos dificuldade em aceitar o desgaste das coisas, os fins. O exemplo disso é a vida pós-morte. É necessário que pensemos que isso exista para que nos sintamos importantes. As coisas acabam, e deveríamos aceitar isso com naturalidade, mas não aceitamos", opina.
Com um jeitão atrapalhado, o advogado Stenio sempre carrega uma pitada de humor em suas cenas. Na vida real, Nero trata o humor como um assunto delicado. "Humor é algo muito subjetivo. Pode ser engraçado pra um, e não pra outro. Aliás, virou moda agora que humor é só o que se faz rir. Não é! É importante que se diga que humor não comporta só "bom" humor. O "mau" humor é o seu complemento. Poesia não se faz somente falando de flores. É preciso meter a mão no esterco pra tirar palavras. Assim é com humor. Humor não é feito só pra gargalhar. Como poesia não é feita só pra ser linda e nem música só pra animar a festa. Tem vezes que não se ri, nem por isso deixa de ser humor. Nem toda rima é poesia, nem todo samba é pra dançar. Mania de falarem da arte apenas como algo belo, leve ou doce. Algo que serve apenas para "aliviar a vida dura". A arte deve também ser terrível quando solicitada. Quando o piá apronta, a mãe alerta: "Já tá fazendo arte!". É isso! "Mães" temem a arte, por que arte é desobediente, incomoda. A arte ataca! Arte não é cordeiro, arte é predador! O Artista é um deformador de opinião", finaliza.