Prestes a lançar o filme "Abismo Prateado", Alessandra Negrini fala sobre o longa-metragem do diretor cearense Karim Aïnouz, que estreia no próximo dia 26, em entrevista à revista "RG". Na conversa, Alessandra comentou sobre a sua relação com a exposição, principalmente porque atua em três frentes: no teatro, no cinema e na TV, diferentemente de sua personagem no filme, Violeta, que leva uma vida de uma mulher comum.
"Há a superexposição... Já passei por momentos difíceis na minha vida, de fofocas, invenções. Gente tentando transformar a sua vida, ironicamente, numa novela. Até entendo esse desejo, mas gosto do anonimato. Gosto de andar na rua, de observar, de ver os outros mais do que ser vista. Adoro silêncio. Não sou exibida", explica a atriz que, por causa da fama, se vê mudando um pouco de sua rotina para evitar o assédio. "Prefiro ter liberdade pra fazer o que quiser. Mas não tem... É aí que vou me adaptando. No Rio, por exemplo, não vou à praia. E não vou porque tem fotógrafo".
"Sou discreta, é da minha natureza. Mas também sou urbana, gosto de cidade, de informação. Vivo entre Rio e São Paulo, mas moraria em Nova York. As viagens são válvulas de escape sim. Mas o grande barato da vida é o aprendizado. A gente tá aqui pra isso. No amor, por exemplo, dá pra passar a vida inteira com uma pessoa se houver troca. Mas quando acaba o aprendizado, acaba tudo."
Ao falar sobre o relacionamento com o fotógrafo João Wainer, ela afirma que o casal ainda não pensa em casamento neste momento e que descarta mais filhos, já que é mãe de dois: Antônio, de seu relacionamento com o ator Murilo Benício, e Betina, de seu casamento com o cantor Otto.
"Não tenho vontade de ter mais filho. Ou melhor, até tenho, mas não quero. Quis ser mãe cedo. Queria ser mãe, e fui. Mas sim: filho dá um sentido maior pra vida, é uma referência clara. Filho te atualiza, você fica mais jovem. Você é obrigada a acompanhar o futuro. Filho é o futuro. Sobre casar... não sei. Agora não sei"
Sobre o filme, a atriz comenta sobre a sua semelhança com a personagem, Violeta, uma dentista que após receber o recado de seu marido pela secretária eletrônica dizendo que a deixará, passa a viver um drama ao tentar viajar atrás dele. "O filme é um longo dia na vida dessa mulher. Esse dia é o abismo. Não sou masoquista. Falo da trajetória, não de auto-penitência e autoflagelação. Mas de superação", explica Alessandra.
Seu último trabalho na TV foi como Catarina em "Lado a Lado" . Em breve, já estará em uma peça de teatro, neste semestre, em São Paulo, mas explica que ainda não pode dar detalhes. Envolvida em tantos projetos e com os cuidados com os filhos, Alessandra ainda encontra forças para malhar, atividade que adora, e manter a boa forma.
"Me cuido comendo coisas saudáveis, mas não sou louca. Amo fazer ginástica. Academia, porque detesto esporte. Tento não comer gordura e proteger a pele com protetor solar. Tem muita coisa hoje em dia que não é plástica. Laser, essas coisas todas", diz.