"Eu não tenho nem roupa pra isso!". Foi com essa frase bem humorada que Leo Jaime comemorou sua vitória no quadro "Dança dos Famosos", do "Domingão do Faustão", neste domingo (16). Considerado uma zebra na atração, cujos favoritos eram Bia Arantes e Nando Rodrigues, que logo de cara conquistaram a simpatia da web, e Danton Mello, que estreou com sucesso no programa, o cantor deixou para trás Erika Januza e Dani Calabresa, que ocuparam a segunda e terceira colocações, respectivamente. Na web, no entanto, o resultado não foi visto com bons olhos por muitos. ""Depois desse resultado o 'Dança dos Famosos' irá se chamar 'Superação dos Famosos'. Só deram o prêmio pro Leo Jaime pela superação e blá blá blá. Nunca ele foi melhor na dança que a Erika Januza. O júri técnico já foi com o intuito de dar o prêmio para o Leo Jaime. Injusto", lamentou uma internauta. "Erika Januza a verdadeira campeã. Super injustiçada", concordou outra. "O Leo Jaime não dança nada!", escreveu um terceiro usuário do Twitter.
Pouco antes de descobrir que tinha ficado na segunda colocação, Erika Januza, que tinha receio dos passos aéreos, foi homenageada no programa. Além de ouvir palavras de carinho e incentivo da mãe de da madrasta, a atriz se emocionou ao ouvir o depoimento de uma menina que afirmou ter se inspirado em sua personagem na novela "O Outro Lado do Paraíso" para, um dia, se tornar uma juíza. "Eu fico muito feliz de estar aqui hoje, vestida assim. Quando eu era criança não tinha uma princesa negra. E aí quando eu vesti o figurino pela primeira vez eu chorei tanto pensando nas meninas que estariam em casa assistindo e vendo que é possível, sabe. Eu posso ser o que eu quiser, a cor da minha pele não pode me impedir disso. Eu estou muito feliz de estar aqui, vivendo isso e de estar representando tanta gente, como eu tanto quis ser representada um dia", disse, entre lágrimas.
Assim como sua personagem na trama das nove, Érika Januza também foi vítima de racismo na vida real. Pela internet alguns haters a atacaram por causa da cor de sua pele. "Eu vejo que quando se ataca um negro pelo simples fato de ser, você atacou todo um grupo. EU vejo assim. Um amigo me perguntou como eu estava, pois essas coisa mexem muito com o psicológico. Respondi: meu psicológico está calejado. Sou negra há 30 anos! A cada dia um novo desafio", desabafou a artista em sua rede social. E completou: "Um dia ouvi de uma pessoa muito 'importante', não dá mais pra limpar o sangue do brasileiro. É! As pessoas dizem coisas assim. E ainda dizem que racismo é mimimi. Esta doença está aí, latente. Às vezes oculta, mas latente. Eu não baixo minha cabeça. Me entristece, mas não me derruba. Representatividade! É necessária! Sigamos, firmes, fortes, corajosos".