O "Big Brother Brasil" consagrou Gleici Damasceno como campeã da 18ª edição e, em 2019, o Acre ganhou um novo morador na casa mais vigiada do país. O biólogo Vanderson Brito mora na capital, Rio Branco, cidade de origem da estudante que levou para casa o prêmio de R$ 1,5 milhão, mas viaja por todo estado: ele é coordenador educacional em diferentes grupos indígenas. "Passo 15 dias planejando aulas e 15 dias formando professores de Ciências da Natureza na aldeia. A gente cobre o Acre todo, então tem aldeia que, pela estrada, chego em seis horas, mas tem lugar que é um dia de estrada e dois de barco; e tem três municípios isolados que só de aviãozinho monomotor. Já fui em, aproximadamente, 20 aldeias", explicou.
E se o catarinense Diego tem nos equinos seu hobby, o acriano se divide entre os controles remotos e as agulhas. "Estou aprendendo crochê", revelou o nortista de 35 anos, mencionando o artesanato que tem destaque no mundo fashion: "Passo muito tempo na aldeia sem energia elétrica, internet, nada. Para não ficar parado e me distrair, quis aprender a fazer nerdigurumi (bonequinhos de crochê). Virou vício", relatou o biólogo, dono de fios longos, que também é fascinado por tecnologia. "Vendi o videogame depois de passar no doutorado, pois não tinha bom senso, passava a noite jogando", admitiu.
Vanderson se considera tranquilo, mas não pensa duas vezes em conflito quando se depara com pessoas rudes. "Sou bem sociável, paciente e evito conflito. Quando os encontro, tento resolver de forma pacífica. O problema é que quero resolver coisas alheias e acabo me colocando muito à frente. Sou teimoso, gosto das coisas do meu jeito. O que me tira do sério é grosseria, gente que aponta dedo", ponderou o coordenador educacional, destacando a importância de sua família em sua história: "Minha mãe era comerciante e passava o dia inteiro fora. Então, basicamente, minhas irmãs mais velhas fizeram a construção do que sou hoje. A gente sempre teve uma relação muito próxima, mas muito séria porque eram quatro mulheres criando um homem sozinho. Era diferente para elas, mas funcionou".
(Por Marilise Gomes)