Além de um novo sistema de votações e uma câmera 24h no confessionário, o "Big Brother Brasil 18" tem como outra novidade a presença de um refugiado entre os participantes. Kaysar ou César Papagaio, como gosta de ser chamado, nasceu em Alepo, na Síria, e fugiu do país por conta da guerra. Se ganhar o prêmio de R$ 1,5 milhão, ele quer reencontrar seus familiares e trazê-los para Curitiba, no Paraná, onde mora atualmente. "Eles estão lá, debaixo das bombas, debaixo da guerra. Eu evito falar sobre esse assunto. Perdi muitos amigos, perdi uma namorada, meu tio, minha avó... Perdi muita coisa. Eu saí em 2011 e disse que ia voltar, mas não consegui. Dei a minha palavra e não cumpri. Mas não fui eu que não quis, foi o destino. Acho que se até agora eles estão vivos, é porque tem alguma coisa. É para a gente se encontrar. Deus, Universo e as energias estão preparando uma coisa muito forte para nós", afirmou.
Tal como a acriana Gleici - que prometeu briga ao entrar na casa - Kaysar afirma ser fã de funk e fala cinco idiomas: português, árabe, russo, francês e inglês. Antes de vir morar no Brasil, ele passou um tempo na Ucrânia: "Uma época bem pesada, mas em que aprendi coisas importantes. Depois de lá, vi como transformar as coisas ruins em positivas". Agora, no entanto, está satisfeito ao morar no Brasil. "Não sei de onde tirei essa ideia, o destino me colocou no melhor lugar do mundo. O que o Brasil fez comigo mudou minha vida inteira", afirmou.
E se outros participantes têm profissões tradicionais, como o arquiteto Breno e o publicitário Caruso - cujos comentários homofóbicos agitaram as redes sociais -, Kaysar tem um emprego inusitado: ele é animador de festas infantis e já se vestiu de Homem Aranha, Olaf e Aladin. E tem um hobby inusitado: conversar com passarinhos. "As pessoas me acham louco quando falo isso, mas quem não é louco? Sem passarinho, a minha vida é difícil. Ele está sempre solto, livre, no céu. E eu sou assim também, um espírito livre. Eu fico olhando para o espelho, me vejo lá, e vejo um pássaro", disse.
(Por Marilise Gomes)