'Resetar' comunidade LGBT, gordofobia e mais: pastor André Valadão está envolvido em polêmicas muito antes da briga familiar
Publicado em 19 de novembro de 2024 15:09
Por Rahabe Barros | Reality show e TV
Carioca, libriana e apaixonada pelo mundo de celebs, memes, música e reality show. Setorista de Bruna Marquezine no site (amo!).
A nova polêmica envolvendo o líder gloral da Igreja Batista Lagoinha revela uma ação judicial movida pelo pastor André Valadão contra o próprio cunhado, Felippe Valadão, que lidera as unidades de Niterói, no Rio de Janeiro.
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André Valadão, figura conhecida do cenário evangélico e líder global da Igreja Batista Lagoinha, frequentemente se vê envolvido em controvérsias relacionadas às suas declarações. Desta vez, o pastor moveu uma ação judicial contra o próprio cunhado, Felippe Valadão, que adotou o sobrenome da família ao se casar com Mariana Valadão, irmã de André, e que lidera as unidades de Niterói, no Rio de Janeiro.

De acordo com o jornal "Diário de S. Paulo", André Valadão alega que seu cunhado tenha feito uso indevido do nome 'Lagoinha', que para ele é uma marca registrada e amplamente reconhecida no cenário religioso brasileiro. O líder da congregação, a mesma que era frequentada pelo assassino de Daniella Perez, o falecido Guilherme de Pádua , pediu uma indenização e tentou impedir Felippe de usar o nome "Lagoinha".

Quem não gostou nada foi sua irmã e cantora gospel Ana Paula Valadão. Ela surgiu irritada em um culto expressando sua indignação contra as declarações e atitudes de André. "Eu to muito brava. Mas eu já sou mãe e eu não sou mãe de filho pequeno. Sou mãe de vocês, eu sou mãe dessa casa, sou mãe dessa cidade, sou mãe dessa nação", disparou, chorando. Assista!


Mas essa não é a primeira e única polêmica em que André Valadão está envolvido. No ano passado, por exemplo, suas falas sobre a comunidade LGBT durante cultos da Igreja Batista da Lagoinha, localizada em Orlando, nos Estados Unidos, geraram grande repercussão nas redes sociais.

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No evento em questão, o pastor fez declarações que muitos interpretaram como hostis à comunidade LGBTQIA+, levando a intensas discussões públicas. "Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso, agora está com vocês'", declarou Valadão.

Após o incidente, Valadão justificou suas palavras, afirmando que teriam sido mal interpretadas e que desejava "resgatar a humanidade para sua verdadeira essência". Entretanto, suas explicações não foram suficientes para conter a onda de críticas que se seguiu, reacendendo debates sobre intolerância e discurso de ódio em ambientes religiosos.

'A figura do orgulho é Lúcifer. A figura da palavra orgulho é o anjo caído'

O pastor Valadão é conhecido por seus sermões inflamados, frequentemente voltados contra o que considera ser práticas e movimentos não alinhados aos ensinamentos bíblicos. Em um culto, ele afirmou que "qualquer movimento que carregue o termo orgulho" seria abominável para Deus, associando a palavra orgulho a figuras bíblicas como Lúcifer. Esta postura veio à tona especialmente durante o Mês do Orgulho LGBTQIA+, um período de celebração e reafirmação dos direitos dessa comunidade.

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"Deus odeia o orgulho. Deus não tolera. Uma das palavras mais difíceis para Deus é orgulho. Deus odeia, ele repugna, qualquer atitude de orgulho. Só o uso da palavra orgulho Deus já abomina (...) A figura do orgulho é Lúcifer. A figura da palavra orgulho é o anjo caído, é alguém que, debaixo dos seus atributos, dons e possibilidades, quis se igualar a Deus [...] orgulho é dizer: 'eu não preciso de Deus'. O símbolo do orgulho, na bíblia, é Lúcifer e a palavra mostra que Deus não tolerou Lúcifer".

Para justificar suas declarações, Valadão costuma fazer referências a passagens da Bíblia que, segundo ele, condenam práticas de orgulho e homossexualidade. No entanto, muitas das frases citadas por ele não aparecem de forma literal nos textos bíblicos usados. Isso gera controvérsias não apenas entre membros da comunidade LGBTQIA+, mas também entre teólogos e estudiosos da Bíblia que argumentam que tais interpretações são demasiadamente subjetivas.

Ministério Público abriu investigação contra André Valadão
As declarações do pastor não passaram despercebidas pelas autoridades. O Ministério Público Federal abriu um procedimento para investigar possíveis práticas de homofobia por parte de André Valadão. Sua apologia contra a violência com a comunidade LGBTQIA+ é vista como uma violação dos direitos humanos e contrária às normativas da legislação brasileira. Vale ressaltar que, desde a decisão do Supremo Tribunal Federal em 2019, atos de homofobia são equiparados ao racismo no Brasil, o que pode acarretar penalidades severas.

Além das implicações legais, as falas de André Valadão têm repercussões significativas nos cenários político e social. Sua proximidade com líderes políticos conservadores, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, destaca como o discurso religioso pode influenciar debates políticos no Brasil. Este contexto adiciona uma camada complexa à questão, onde religião e política se entrelaçam, afetando a percepção e direitos de comunidades minoritárias.

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Além disso, foi acusado também de gordofobia depois que um outro pastor que lhe fez uma crítica e o mandou se calar em vez de "falar besteiras". "Pela sua foto, vejo que quem tem que fechar a boca é você. Vá jejuar", rebateu André Valadão.

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