Não foi apenas a morte chocante do apóstolo Rina que movimentou o universo gospel essa semana. A disputa nos bastidores da família Valadão, fundadores da Igreja Batista da Lagoinha, ganhou novos capítulos e viralizou nas redes sociais.
Fundada nos anos 1950, a Lagoinha ganhou popularidade a partir da década de 1970, depois que Márcio Valadão - sim, o mesmo que comentou com um sorrisão no rosto a morte de Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez - assumiu a presidência.
Pai de três filhos, Márcio deixou a presidência da instituição em 2022 e passou o cargo para o filho, André Valadão. O ex-líder da Lagoinha também é pai de Mariana e de Ana Paula Valadão, cantora gospel muito famosa.
A divisão familiar ficou explícita quando André acionou a Justiça por conta da Igreja Lagoinha de Niterói, comandada por Mariana e o marido, Felippe. Ele entrou com uma ação de danos morais e outros prejuízos contra o cunhado.
Segundo informações da colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, André acusa Felippe de reproduzir indevidamente a marca Lagoinha e quer que ele pare de usar esta alcunha em suas congregações. A instituição alega que utilizar o mesmo nome pode confundir os fieis e aponta que a igreja de Niterói até poderia se passar pela outra.
Em sua defesa, a Igreja Lagoinha de Niterói afirmou que a outra parte estava ciente do uso do nome e isso nunca foi questionado. Inclusive, André teria participado de eventos ministrados por Felippe. A Batista da Lagoinha, no entanto, alega que a autorização da coexistência das marcas expirou em 2022, portanto, agora, o uso seria ilegal.
Sem entrar em detalhes, Felippe fez uma postagem em homenagem à Mariana, onde indica que a família vive um momento conturbado. "Eu sei que eu logo logo vou voltar a ver teu sorriso assim, meu amor. Os sonhos de Deus jamais vão morrer, em frente, os melhores dias de nossas vidas ainda estão por vir", escreveu.
A treta familiar furou a bolha gospel depois de um culto ministrado por Ana Paula. A pastora fez um discurso fervoroso no púlpito da Igreja Lagoinha, com direito a choro e gritos - mas no auge do pronunciamento, a transmissão virtual foi cortada.
"Eu tô muito brava. Mas eu já sou mãe e eu não sou mãe de filho pequeno. Eu sou mãe de vocês. Eu sou mãe dessa casa! Eu sou mãe dessa cidade! Eu sou mãe dessa nação! Tem um baú de tesouro que eu enterrei aqui, de óleo caro, de perfume precioso. Tem as minhas cinzas aqui queimadas. E eu desafio qualquer pessoa que me questione porque eu carrego essas marcas. O que é que estão fazendo?", disse Ana Paula diante dos fieis.
O ponto é que Ana Paula não escondeu o apoio público à irmã Mariana, o que deixou evidente de qual lado ela está no imbróglio judicial de André e Felippe. Com isso, muita gente suspeita que o corte na live foi uma censura. "Eu e minha sis. Batemos papo sempre, fazemos questão de apoiar uma à outra em tudo, jamais como competidoras, mas cooperadoras! Sis, te amo e proíbo que o ladrão da alegria te roube, em nome de Jesus!", publicou.
O marido de Ana Paula, Gustavo Bessa, se manifestou publicamente e insinuou uma tentativa de boicote. "A mensagem foi poderosa, confrontadora e de sacudir os alicerces. Mas, cortaram a transmissão e deletaram a mensagem. Tempos estranhos", disparou o pastor.