Ficar em casa pode ser sinônimo de bem-estar, mas essa não é a realidade de muitas mulheres. Por conta da violência doméstica, o período de quarentena devido à pandemia da Covid-19 é sinônimo de risco. Um levantamento da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, indicou que, durante o isolamento, houve um aumento de quase 9% no número de atendimentos. Já um estudo divulgado em 20 de abril pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e a Decode sinalizou que os números de ocorrências de violência doméstica aumentaram em 6 estados, se comparados com o ano passado. São eles: Mato Grosso, Pará, São Paulo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Acre. Em algumas cidades, o crescimento de denúncias chegou a 50%
Com o objetivo de combater tal crime, o Instituto Avon - criado há 17 anos para empoderar mulheres através de múltiplas ações - se uniu à Avon, Natura e The Body Shop para alertar sobre a situação da violência doméstica durante o isolamento social com a campanha #IsoladasSimSozinhasNão. Com projeções em mais de 30 pontos em todo o país, o projeto busca estimular a sororidade feminina. Dessa forma, até mesmo uma vizinha pode ficar atenta aos sinais de outra mulher e ajudá-la. O conceito e ação das imagens projetadas em todo o país foram desenvolvidos pela agência Wunderman Thompson. Através das redes sociais também é possível se mostrar aberta a ser rede de apoio, compartilhando a imagem de uma janela (veja abaixo!).
Que tal dar continuidade às ações da campanha que começaram no mês de abril com influenciadoras das marcas e convidar as vizinhas, amigas e familiares a cuidarem da vida de outras mulheres que possam estar no alvo de agressores no confinamento? Se colocar como um ponto de apoio é essencial para que elas não se sintam sozinhas e desamparadas. Passando mais tempo dentro de casa, é comum que a gente comece a notar os hábitos e as rotinas dos vizinhos e este é o momento ideal para perceber algum sinal. "A violência doméstica se alimenta do silêncio e da invisibilidade. Ela se perpetua na indiferença, quando o autor acha que ninguém está olhando", afirma Daniela Grelin, Diretora Executiva do Instituto Avon.
A Diretora Executiva ainda completamenta: "É fundamental conscientizar e ativar a rede de apoio às vítimas, criando um círculo de confiança formado por amigos, familiares e vizinhos. Estamos agindo no sentido de dar visibilidade à esta questão premente, divulgar a rede de acolhimento e serviços públicos e apoiar as organizações de amparo às vítimas". O Purepeople indica, a seguir, três formas práticas de ajudar uma mulher que você desconfia estar sendo vítima de violência doméstica.
Ao primeiro sinal de desconfiança, a melhor atitude é prestar atenção na possibilidade de o agressor sair, ainda que por alguns minutos, para que você consiga fazer contato com a amiga/vizinha.
(Por Marilise Gomes)