A novela "Tempo de Amar" não dá trégua quando o assunto é vilania. A ingênua Tereza, interpretada por Olivia Torres, é uma das personagens que mais sofre nas mãos dos malvados do núcleo português. Seja do marido, Fernão (Jayme Matarazzo), com quem se casou às escondidas, do pai, José Augusto (Tony Ramos), que nunca assumiu a sua paternidade, ou de Delfina (Letícia Sabatella), que já usou a herdeira para fazer mal a Maria Vitória (Vitória Strada). "Eu confesso que acho José Augusto um dos maiores vilões da novela. Ele não tem esse papel de ser vilão, mas ele faz coisas que eu considero inaceitáveis, como, por exemplo, não querer assumir uma menina porque ele não quer machucar a própria honra", diz em conversa com o Purepeople. O dono da Quinta não fez só maldades para Tereza,mas também para Maria Vitória, quando a enviou para um convento e a separou, junto com Delfina, de sua mãe biológica. "Ele deixou a menina (Tereza) ser uma bastarda. Naquela época era superforte. Além disso, ele tem uma relação muito abusiva com a Delfina. Bom, a Delfina não é uma flor que se cheire também", continua a atriz.
Sem aguentar mais o sofrimento dentro da quinta, Tereza se entrega a Fernão, o filho de Moniz (Odilon Wagner). O médico está apenas interessado no dote da filha bastarda, que será reconhecida por José Augusto após o casamento com o malvado. Sobre o futuro do casal, Olivia é direta: "É muito difícil falar em salvação em relação ao Fernão. Eu acho que eu queria que ela (Tereza) fosse feliz com uma pessoa mais decente que ele. É que ele é uma pessoa muito ruim. Eu torço para que ela seja feliz, respeitada e amada. Se ele virar uma pessoa legal, eu vou torcer para ela estar com ele. Mas se não mudar, não", opina a artista. "Não fico com essa ideia de que a mulher vai salvar o homem. Acho muito sofrido isso. A gente não vai salvar ninguém. Podemos ajudar no crescimento, mas na salvação, não."
Na vida pessoal, Olivia diz ser bem diferente da sua personagem: "A gente deixa o amor falar mais alto algumas vezes, mas de uma forma saudável. Eu acho que eu tenho um coração inteligente, eu não e abro para relações que são agressivas para mim, sabe? Nunca tive esse tipo de experiência." Apesar disso, a atriz explica que a personagem se reprime muito: "Hoje em dia a gente avançou muito nas questões dos direitos das mulheres. Naquela época, ela tinha que abaixar a cabeça para o que escolhessem para a vida dela. E eu tenho aprendido muito ao fazer a Tereza pois não tem sido fácil entrar em contato com esse patriarcado. É muito difícil eu, Olivia, ler o texto porque eu fico machucada", desabafa a artista, que está na profissão desde os 15 anos.
(Por Anita Prado)