Neil Gaiman, um dos escritores mais influentes do gênero de fantasia, conhecido por obras como "The Sandman", "Deuses Americanos" e "Coraline", enfrenta graves acusações judiciais.
Sua carreira, que se estende por mais de quatro décadas e abrange romances, histórias em quadrinhos e roteiros para cinema e televisão, agora está em meio a controvérsias devido a denúncias de crimes contra uma ex-babá que trabalhou para ele e sua então esposa, a cantora Amanda Palmer.
Com uma trajetória consolidada no mercado literário e audiovisual, Neil Gaiman acumulou uma fortuna estimada em 18 milhões de dólares, cerca de R$ 104 milhões.
Seus ganhos vêm não apenas da venda de livros, mas também de adaptações de suas obras para o cinema e a TV, como a série "Sandman", da Netflix, e "Good Omens", da Amazon Prime. Além disso, Gaiman lucra com direitos autorais, palestras e colaborações em projetos multimídia.
Recentemente, Gaiman e Palmer foram alvos de um processo civil movido por Scarlett Pavlovich, ex-babá do casal, que os acusa de tráfico humano e abuso sexual. De acordo com uma reportagem da Associated Press, a ação foi protocolada nos estados de Wisconsin, Massachusetts e Nova York e inclui denúncias de estupro e práticas abusivas.
Pavlovich afirma ter sido estuprada repetidamente, submetida a sadomasoquismo forçado e mantida em um ambiente de humilhação constante. Amanda Palmer também é citada no processo por, segundo a vítima, ter contratado a babá já ciente dos abusos que ocorreriam.
Em entrevista à Vulture, Pavlovich relatou que inicialmente desenvolveu uma amizade com Palmer, que a convidou para trabalhar cuidando do filho do casal e auxiliando em tarefas domésticas. No entanto, Pavlovich afirma que foi abusada logo na primeira noite em que passou na residência de Gaiman.
"Gaiman abusou física e emocionalmente de Scarlett repetidamente, estuprando-a vaginal e analmente, humilhando-a, forçando-a a cometer atos sexuais na frente de seu filho e a tocar e lamber fezes e urina", afirma o processo obtido pelo Los Angeles Times.
Ainda de acordo com os documentos, Gaiman chamava a então babá de "escrava" e exigia que ela o tratasse como "mestre".
Quando percebeu que estava sendo vítima de violência, Pavlovich procurou Palmer para relatar os abusos. Segundo seu depoimento, Palmer teria respondido que mais de uma dúzia de mulheres já haviam acusado Gaiman de comportamentos similares no passado. Pavlovich afirma que os abusos só cessaram quando ameaçou tirar a própria vida.
Diante das agressões que diz ter sofrido, Pavlovich entrou com um processo na Justiça buscando compensação financeira pelos danos físicos e psicológicos. O valor da indenização solicitada é de pelo menos US$ 7 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 35 milhões.
