Cintia Dicker revelou que a filha, Aurora, de quase um mês, foi diagnosticada com gastrosquise muito antes do nascimento. Por conta da má formação gastrointestinal congênita, a bebê foi submetida a algumas cirurgias com dias de vida. A alta hospitalar só ocorreu na semana passada, quando a menina surgiu em foto emocionante com o pai, Pedro Scooby.
Em relato à revista "Vogue", a modelo contou que o diagnóstico veio na 12ª semana de gestação ao realizar um exame morfológico. "A partir daí, em uma sequência de testes para checar alterações cromossômicas, descobrimos que era uma menina", disse a mulher do surfista.
A modelo que só conseguiu amamentar a filha com dias de nascida acrescentou que a cesárea entre 37 e 38 semanas foi aconselhada para Aurora. "Logo após o nascimento, nossa filha precisaria ser operada, então era necessário que toda a equipe médica estivesse disponível. O período ideal seria na semana do Natal, dias em que muitos estão viajando, mas coincidentemente a equipe dos sonhos havia encontrado uma data", frisou, admitindo receio.
"Não conhecíamos essa condição e tive muito medo por não saber como seria a cirurgia e também a recuperação dela. Fiquei procurando respostas na internet, algo que não aconselho porque só me assustava mais", afirmou a modelo, explicando o motivo de várias intervenções cirúrgicas.
"Como toda cirurgia, a dela também tinha riscos. Em muitos casos, não é possível colocar o intestino no lugar de uma só vez, sendo necessário mais de uma cirurgia", escreveu a modelo, envolvida em polêmica com Luana Piovani, ex-mulher de Pedro.
Em seu relato, a modelo e atriz exaltou o papel do marido. "Ele foi minha fortaleza. Em todos momentos de desespero, era ele que me acalmava e me confortava de alguma forma", elogiou pela parceria. E Cintia listou alguns dos questionamentos que passaram por sua cabeça.
"Como seria o parto? Eu veria o intestino dela para fora? Como seria a UTI? A cirurgia daria certo? Eu sabia que precisava ser forte por ela e ele me lembrava disso. E eu fui ou pelo menos tentei ser", apontou, justificando sua decisão de dirigir o automóvel até a maternidade.
"Quando esse turbilhão de perguntas invadiam minha cabeça eu tentava focar em outra questão, para não depositar nenhum nervosismo na Aurora. Esse foi o motivo da minha decisão de dirigir até o hospital e assim ocupar a cabeça", prosseguiu.
Em outro momento, Cintia falou do parto da filha, após 37 semanas de gestação. "Na sala de parto, o ambiente era calmo e gostoso. (...) O Pedro segurou a minha mão durante todo o tempo. Eu não pensei em nenhum momento na minha cirurgia, só conseguia pensar na Aurora. Ela nasceu às 21 horas. Eu pude tê-la nos braços. Aurora chegou ao mundo linda e enorme. Pude dar um beijo antes de encaminhá-la para a cirurgia.
Naquele momento, o coração deu um nó e assim ficou durante os trinta minutos que seguiram. O procedimento terminou antes mesmo de finalizarem a minha cesárea. Todos na sala vibravam porque foi um caso de muito sucesso. Era um mix de sentimentos nesse momento: 'Ela está bem, mas cadê ela? Quero vê-la!. Ao mesmo tempo, eu e o Pedro conversávamos no olhar. Nossa filha estava bem.
Cintia falou ainda dos dias da filha na UTI, que classificou como os "mais intensos e dolorosos" de sua vida. "Mais uma vez tentei ser forte por ela, mas tocá-la só por uma janelinha com as mãos cheia de álcool, sem poder pegá-la no colo, foi difícil de controlar", afirmou.
"Somando com os hormônios de um puerpério, era na hora do banho que eu desabava, mas saía de lá, vestia a capa de forte e seguia. Pensava nos bebês que estavam no hospital, lutando pela vida, e a força deles é muito maior do que a gente pode imaginar. E isso me dava forças", recordou, acrescentando que não foi fácil ver a filha se alimentar só de soro por cinco dias.
"Cortava meu coração ao pensar que ela estava com fome. Aurora evoluiu, dia após dia, até que precisou de uma anestesia geral para conseguir passar a sonda intravenosa. Mais uma vez, um nó no coração, mas ela aguentou forte e dali para frente a vida foi normalizando", escreveu lembrando que por conta da falta de repouso teve uma inflação na área da cicatriz.
Por fim, concluiu: "Viver tem um novo sentido, esse é o maior amor do mundo e eu faço qualquer coisa para minha filha estar bem. Aprendi a valorizar de uma outra forma a minha mãe e todas as mães da UTI pela força inesgotável".