As consequências da exposição à radiação solar sem proteção ou quando o produto não é aplicado corretamente já são conhecidas, mas ainda assim muita gente esquece de passar bloqueadores no couro cabeludo. A parte da cabeça que segura o cabelo é envolvida pelo mesmo material que o restante do corpo e a prevenção na área é indispensável, já que os prejuízos para a região são os mesmos. Em entrevista para o Purepeople, a dermatologista Marcelle Castro explica a necessidade de usar o produto, além de revelar qual textura é mais indicada para não prejudicar os fios. "O couro cabeludo é pele igual o restante do corpo e também sofre queimaduras", aponta a especialista responsável técnica pela dermatologia da Clínica Endos de Brasília.
Para manter a cor e impedir que o cabelo fique desidratado, é essencial passar cosméticos que garantem envolver as mechas com uma proteção contra os raios solares, mas esse tipo de produto não é o adequado para o couro cabeludo. "O mais importante é as pessoas entenderem a diferença de proteger o couro cabeludo e proteger o fio. Quando usar um produto com protetor solar para o fio, vai estar protegendo apenas o fio por não ser para pele, expondo o couro ao câncer de pele", esclarece a profissional ao reforçar a importância de também se dedicar ao cabelo: "O vento, o sol e o próprio suor são extremamente agressivos para os fios e podem ressecar e destruir a cutícula, principalmente quem tem cabelo comprido."
Com o avanço da tecnologia, a diversidade de bloqueadores aumentou, incluindo em cápsula que deve ser ingerido, mas o que é mais apropriado para a área segue o estilo do cosmético próprio para precaver o cabelo grisalho. "O ideal é optar pelo protetor em spray que é mais leve e mais fluído, impedindo que o cabelo fique grudando por não ser oleoso", informa a dermatologista ao desenvolver: "Mas não precisa ser um protetor solar só para couro cabeludo. Qualquer protetor solar de pele pode ser usado." Quando o filtro tradicional for usado é importante se atentar, principalmente quem precisa lidar com fios oleosos. "Quando é mais leve e mais fluído, não prejudica o cabelo ou o couro cabeludo. Quando for um produto oleoso, pode aumentar a oleosidade e dar caspa ou até mesmo acne", explica Marcelle ao dar outra dica: "Algo que ajuda muito e que funciona como filtro físico é usar boné ou chapéu, principalmente se a pessoa for calva, não tiver muito cabelo, ou se o fio for fino."
Por ser pele, o couro cabeludo necessita da proteção, pois está exposto aos efeitos tanto quanto o restante do corpo. "As pessoas esquecem que o couro cabeludo também é pele, então ele dá câncer de pele, principalmente o melanoma que é o câncer mais perigoso por ser bastante agressivo e poder dar metástase", declara a especialista ao alertar: "Quando o couro cabeludo não é protegido, a pessoa terá que arcar com as consequências em alguma fase da vida. É muito comum pessoas com mais idade estarem com o couro cabeludo cheio de pinta e acabam descobrindo um melanoma." Todo mundo precisa se atentar com esse tipo de proteção, mas a dermatologista cita quem pode sofrer com consequências mais graves: "Pessoas com o cabelo muito fino ou muito claro, porque facilita a entrada de radiação ultravioleta até o couro cabeludo, precisando ter mais cuidado."
(Por Fernanda Casagrande)