
Latino revelou que fez um preenchimento com PMMA (polimetilmetacrilato) para aumentar o peitoral. Em entrevista para a colunista Fábia Oliveira, do portal Metrópoles, que deu a notícia com exclusividade, o cantor afirmou que treina regularmente, mas a flacidez natural da idade o deixava insatisfeito.
O procedimento, no entanto, já tem dividido opiniões. Afinal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária não recomenda a utilização do PMMA para fins estéticos e indica apenas para correções corporais em decorrência de doenças, como a poliomielite. Em janeiro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou oficialmente à Anvisa a proibição do polimetilmetacrilato no Brasil como substância preenchedora.
O Dr. Luiz Haroldo, especialista em cirurgia corporal e facial, alerta para os riscos de substâncias como PMMA, hidrogel e silicone industrial para a saúde do paciente. “São produtos que, quando injetados no corpo humano, não se tem controle sobre eles. É um grande erro que pessoas mal orientadas apliquem este tipo de tratamento”, declarou.

Segundo o cirurgião, aplicações de produtos do tipo no corpo podem causar complicações locais e sistêmicas. “Locais são quando vemos endurecimento, eritema, infecção, alergia e migração deste produto, pois o silicone é um produto que migra por ação da gravidade ou por pressão sobre a área injetada. Também temos as complicações sistêmicas que são infecções locais graves ou mesmo a morte por injeção num vaso sanguíneo, levando a um caso de embolia pulmonar”, explica.
Luiz ainda adverte sobre as consequências de uma possível retirada do produto. “Temos que aspirar esses produtos, retirar pedaços, tecidos comprometidos, e corrigir com enxerto de gordura e ou implante. E nunca conseguimos tirar tudo, pois estes produtos se infiltram na musculatura causando endurecimento, tendo que muitas vezes, fazer cicatrizes imensas”, expõe.
O médico afirma que, em média, 30% de pacientes o procuram para corrigir complicações. Ele pede cautela e paciência na hora de decidir por um procedimento estético.
“A cirurgia plástica não é uma mercadoria, ela é uma prática médica, com todos os riscos e todos os benefícios. Na bioplastia não existe processo correto, apenas ilusão de que terá um resultado fantástico e profissionais negligentes. A finalidade do silicone industrial é limpar carros e pneus. Ser usado em pessoas é crime e por mais que o pós pareça belo, os efeitos colaterais, que podem até mesmo ser letais, podem aparecer anos depois”, conclui.