
Mal estreou na Faixa Especial da Globo e 'História de Amor' já trouxe dois assuntos polêmicos em seus capítulos iniciais. Conhecido por usar merchandising social em suas novelas - a trama de 1995 aborda, por exemplo, pessoas com deficiência física e gravidez na adolescência - o folhetim das tardes da Globo causou com assuntos que ganharam destaque somente nos anos 2000.
Em seu capítulo de estreia, 'História de Amor' tocou em um tema delicado, gerando o corte de uma cena profunda em apenas quatro minutos de novela.
Na ocasião, o endocrinologista Carlos Alberto (José Mayer) é abordado por uma mulher sentada ao seu lado no avião, que o aborda para revelar que aplica seus métodos de emagrecimento em dia. "Eu assisti à sua palestra ontem. Olha, eu já li todos os seus livros, seu o seu método... Sou sua fã", elogia ela. Carlos agradece, e a cena foi cortada.

Na versão original disponível no Globoplay, a conversa é prolongada. Após falar que é fã do médico, a mulher diz: "Sou aquela gorda de padaria. Aquela que entra na padaria, vê um docinho, vê um pãozinho, e já engordou. Estou pesando 90 quilos, mas eu passo uma fome. Te juro", acrescenta.
O especialista, por sua vez, evita continuar o papo com uma resposta mais singela. "Existem casos assim. Não adianta passar fome. Tem que comer direito, saber o que comer", termina.
Já no segundo capítulo, exibido nesta terça, 11, um toque de celular foi motivo de incômodo para os personagens de Cristina Mullins e Dennis Carvalho. No instante, Maristela reclama para o marido sobre o barulho de algum aparelho alheio toca na igreja, à espera do casamento de Carlos e Paula (Carolina Ferraz). "Telefone celular na igreja, que absurdo!". Vicente Gomide concordou com a esposa e ainda criticou os cariocas. "Coisas de Rio de Janeiro! Em São Paulo não acontece isso", afirmou ele.

Vale ressaltar que, em 1995, o celular ainda era uma novidade na vida da maioria dos brasileiros; logo, não era bem-visto em lugares públicos, como na igreja. Somente em 9 de dezembro de 2002, em Minas Gerais, foi sancionada a Lei nº 14.486 com a seguinte citação: "Fica proibido o uso de telefone celular no interior das salas de aula e bibliotecas das escolas públicas e privadas, em teatros, cinemas e templos religiosos", afirma a lei.
Já em 2018, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG) aprovou uma proposta mais ampla em relação à lei anterior: "É vedada a conversação em telefone celular e o uso de dispositivo sonoro do aparelho em teatros, cinemas, igrejas, salas de aula, bibliotecas e demais espaços destinados ao estudo", diz o novo texto.