Pedro Cardoso abandonou, ao vivo, o programa "Sem Censura", da TV Brasil, nesta quinta-feira (23) e discursou em defesa dos funcionários grevistas da instituição pública Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Demonstrando sua irritação com a situação ao vivo - assim como fez o apresentador americano John Brown ao falar do clã liderado por Kim Kardashian - ele se recusou a conceder a entrevista para a apresentadora Katy Navarro. "Eu não vou responder essa pergunta e nenhuma outra. Porque quando cheguei aqui hoje, encontrei uma empresa que está em greve e eu não participo de programas em empresas que estão em greve", disse o artista muito conhecido no papel do taxista Agostinho Carrara, de "A Grande Família".
O ator explicou seu posicionamento fazendo uma crítica à presidência de Michel Temer, que não tem o apoio de artistas como Sophie Charlotte e Daniel de Oliveira. "Diante deste governo que está no Brasil, tenho muita convicção de que as pessoas que estão fazendo esta greve provavelmente estão cobertas de razão. Então, eu não vou falar do assunto que tenho que falar e nem de nenhum outro", declarou. "Eu tenho imenso respeito por todos vocês que estão aqui, mas peço desculpas e vou me levantar em respeito aos grevistas", disse Pedro Cardoso antes de levantar, se despedir e ir de encontro aos grevistas na porta da EBC, emissora responsável pela TV Brasil, no Rio de Janeiro.
Recentemente, Taís Araújo apresentou uma palestra no TEDx São Paulo com o tema "Como criar crianças doces num país ácido" em que afirmou que a cor de seu filho, João Vicente, de 6 anos, "faz as pessoas pessoas mudarem de calçada". A crítica ao racismo feita pela atriz que é vítima de preconceito racial, no entanto, foi alvo do deboche de Laerte Rimoli: em seu Facebook, o presidente da EBC compartilhou imagens em que uma criança branca corria ao ver o herdeiro de Lázaro Ramos. A atitude do representante da instituição também foi repudiada por Pedro Cardoso. "O que eu soube também quando cheguei aqui é que o presidente desta empresa, que pertence ao povo brasileiro, fez comentários extremamente inapropriados a respeito do que teria dito uma colega minha em que a presença do sangue africano é visível na pele. Porque o sangue africano está presente em todos nós e, em alguns de nós, está presente também na pele. Mas em todos nós ele está. Então, se esta empresa, que é casa do povo brasileiro, tem na presidência uma pessoa que fala contra isso, eu não posso falar do assunto que eu vim falar aqui", afirma o artista. Laerte Rimoli também demostrou apoio ao jornalista William Waack, afastado da bancada do "Jornal da Globo", da TV Globo, após acusação de racismo.
(Por Carol Borges)