A mulher que levou "tio Paulo" morto ao banco para conseguir um empréstimo de R$ 17 mil foi denunciada ao Ministério Público por dois crimes nesta semana. O caso ocorreu em uma agência de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 16, quando foi constatada a morte do idoso. Desde então, Érika Souza Vieira Nunes segue presa e teria sido agredida por outras detentas, fazendo sua defesa pedir o isolamento da suposta sobrinha do homem.
Ao mesmo tempo em que o MP denunciou a possível cuidadora por vilipêndio de cadáver (ou seja, a falta de respeito com o corpo) e tentativa de furto, Érika pode responder por um terceiro crime: homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Isso porque, Paulo Roberto Braga não apresentava condições de ser encaminhado a uma agência bancária e a suposta sobrinha deveria ter levado o aposentado ao pronto-socorro.
Na análise da promotora de Justiça Débora Martins Moreira, a acusada demonstrou "desprezo e desrespeito" pelo suposto tio ao encaminhá-lo já morto à agência bancária. O MPRJ fora a denúncia contra Érika ainda rejeitou o pedido de liberdade provisória. Além disso, o delegado que cuidou da investigação, Fabio Souza, atestou que a mulher sabia que o "tio" já estava morto quando entrou com ele no banco, conta a CBN.
Testemunhas que viram o idoso e o ajudaram a sair de casa e do carro de aplicativo asseguraram que ele naqueles momentos estava vivo. Por sua vez, peritos que analisaram as imagens chocantes do circuito de segurança também já haviam afirmado que Paulo Roberto estava morto e era possível verificar a morte do aposentado, que não teve filhos e era solteiro.
O empréstimo seria para realizar melhorias em sua casa simples também localizada em Bangu, mesmo bairro onde Érika está presa.
A defesa de Érika já negou que ela soubesse da morte do idoso e disse que a mulher faz uso de remédios controlados, já tendo sido orientada há dois anos a ser internada e ter tido diagnóstico de depressão. A suposta cuidadora só teria compreendido que o "tio" estava morto após o Samu confirmar o falecimento do aposentado.