A novela "O Rico e Lázaro" estreia nesta segunda-feira (13) substituindo "A Terra Prometida", que exibirá no último capítulo a morte de Josué (Sidney Sampaio). Para a nova trama bíblica foram erguidos 15 mil m² de cidade cenográfica, que vão representar Jerusalém e a Babilônia e incluem canais navegáveis, fora 46 cenários e um preço de R$ 800 mil por capítulo. Além disso, a produção confeccionou mais de 8 mil peças de figurinos para 97 atores - sendo 22 crianças e adolescentes. A história principal gira em torno da amizade de Joana (Maitê Padilha/Milena Toscano), Asher (Vitor Hugo/Dudu Azevedo) e Zac (Gabriel Felipe/Igor Rickli), que disputam o amor dela. Na trama, Heitor Martinez interpreta o cruel e sádico Nabucodonosor, rei da Babilônia, pai de Kassaia (Luisa González/Pérola Faria), Evil-Merodaque (Danilo Maia/Kayky Brito) e da vilã Nitócris (Debora Osório/Sthefany Brito), que perseguirá o marido, a irmã e a cunhada.
Inicialmente, a nova produção da Record TV seria uma minissérie, depois foi transformada em novela de 80 capítulos. O número cresceu para 100 e, depois, 150 capítulos, mas pode ser esticada novamente. "Devemos estrear com 100, 100 e poucos escritos", contou ao Purepeople a autora, Paula Richard, durante a coletiva de imprensa nos estúdios da Casablanca, parceira da emissora. "Não vamos fazer alterações na história baseadas em pesquisa porque no segundo mês no ar, a novela estará totalmente escrita", acrescentou. Ao longo da trajetória, indica Edgar Miranda, diretor-geral, vão ser exibidas passagens históricas como os Jardins Suspensos, Daniel na Cova dos Leões e a Batalha de Carquemis, todos com finalização de efeitos especiais no Brasil, na Casablanca. Para ele, não há diferença em dirigir um folhetim bíblico. "O que importa é a verdade que a cena passe. Se a cena é um milagre, os atores têm que emocionar", explica Miranda, apontando que 15 capítulos devem estar prontos quando a novela entrar no ar.
Para Paula, substituir "A Terra Prometida", sequência direta de "Os Dez Mandamentos" não é um problema. "A Record já consolidou essa faixa com as tramas bíblicas. A história é sobre o mesmo povo (o hebreu), mas acontece 600 anos depois. E tem uma hora em que eles colocam tudo o que Moisés e Josué conquistaram a perder", apontou. Além das passagens relatadas no livro mais vendido do mundo, a trama aposta em outras histórias. "O resto é romance, humor, temos histórias de família. Os personagens fictícios são testemunhas da história e encontram Jeremias (Vitor Hugo), Daniel (Gabriel Gracindo). E eles transitam muito bem entre eles", exemplificou. "Toda a trajetória bíblica foi respeitada e essa foi a minha maior dificuldade: voltar em toda a cronologia desses profetas", completou. Nos bastidores, a gravação de capítulos fora de ordem teria causado irritação de alguns atores e as gravações foram suspensas quando um funcionário da emissora sofreu ataque de enxame de abelhas.
Paula lembrou também que lia a Bíblia de vez eventualmente. "Para a novela fui estudar. Mesmo assim em alguns momentos volto a ler para tirar dúvidas. Bíblia é um livro para ser estudado", frisou. Ao ser questionada se a trama pode ganhar mais capítulos, fato levantado pela direção da emissora, brincou citando Shamir (Renato Rabelo): "Eu não escutei isso". "Não pensei nisso. Tem muita novela, muitos eventos e sem 'barriga'", acrescentou, afirmando que já chorou ao escrever a trama. "Em várias cenas", finalizou.
(Por Guilherme Guidorizzi)