A TV brasileira foi tomada por tributos a Silvio Santos, que faleceu aos 93 anos no último sábado (17). Décadas antes, o comunicador também prestou homenagens inesquecíveis a grandes lendas que partiram. O exemplo mais famoso foi em 1986, quando o comunicador suspendeu a programação do SBT em respeito à morte de Flávio Cavalcanti. Outro caso impactante aconteceu em maio de 1994 em um falecimento que estarreceu o país: o de Ayrton Senna.
Naquela época, o SBT se preparava para lançar um remake de "Éramos Seis", a quarta versão da obra na TV aberta. Escrita por Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho e protagonizada por Irene Ravache, a novela era um dos maiores investimentos financeiros da emissora até então. Segundo informações da Folha de São Paulo, o folhetim teve um orçamento de 5,5 milhões de dólares.
Tamanho esforço foi recompensado: "Éramos Seis" foi um sucesso de audiência e, até hoje, foi a única novela do SBT a faturar o Troféu Imprensa na categoria que premiava o melhor folhetim do ano.
A data da estreia, no entanto, foi marcada por um impasse. O primeiro capítulo de "Éramos Seis" iria ao ar no dia 02 de maio de 1994. Todas as ações de divulgação já estavam circulando quando, na véspera, Ayrton morreu em um acidente no GP de San Marino.
Silvio, então, optou por adiar a estreia da novela, em respeito ao luto do povo brasileiro. "Éramos Seis" foi ao ar uma semana depois, em 09 de maio de 1994.
O primeiro capítulo de "Éramos Seis" foi substituído por uma mensagem gravada por Irene, como revela uma reportagem resgatada pelo site Blog Fórmula 1. Com a voz embargada, a atriz explicou que a estreia, tão aguardada pelo público e pela própria emissora, não condizia com o clima de tristeza que assolou os brasileiros naquele pós-feriado.
"Hoje, não é possível começar um novo trabalho. Mas, sim, lembrar os melhores momentos de garra e coragem do grande ídolo Ayrton Senna. A novela é adiada porque o Brasil ainda precisa respirar fundo e recuperar o fôlego. O Brasil está de luto", disse a atriz.