A morte do papa emérito Bento XVI foi confirmada pelo Vaticano neste sábado (31), através das redes sociais. Joseph Ratzinger era alemão e morreu aos 95 anos após passar período em mosteiropor conta da saúde frágil. A perda do religioso se soma a uma série de despedidas marcantes em 2022 e acontece exatos dois dias depois da morte de Pelé e da estilista britânica Vivienne Westwood.
"É com pesar que informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34 no Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. Mais informações serão fornecidas o mais breve possível", afirmou a instituição religiosa na rede social.
Bento XVI foi o primeiro papa em 600 anos de Igreja Católica a abdicar do posto: desde que pediu a renúncia, em fevereiro de 2013, o teólogo alemão passou a morar em um mosteiro no Vaticano
No último dia 29, o Vaticano indicou em comunicado que Bento XVI estava "lúcido", mas com a saúde muito debilitada. "A saúde dele piorou há três dias. As funções vitais falham, inclusive o coração", indicou uma fonte do Vaticano à agência de notícias AFP na ocasião.
Joseph Ratzinger nasceu em Marktl, na Alemanha, em 16 de abril de 1927, mas foi criado na região de Traunstein, localizada nas proximidades da fronteira Áustria. Eleito papa em 19 de abril de 2005, ele sucedeu João Paulo II, religioso muito popular que havia ficado no posto por 27 anos.
Sua renúncia oficial aconteceu em 28 de fevereiro de 2013 e ele teve como sucessor Papa Francisco, primeiro papa da América Latina, a partir de 13 de março de 2013.
A linha conversadora foi um marco do período de Bento XVI no Vaticano: em diferentes ocasiões, o alemão demonstrou oposição ao casamento homoafetivo, ao aborto em qualquer circunstância, ao fim do celibato para religiosos e à possibilidade de a Igreja mudar as normas para oferecer a chance de segundo casamento.
Escândalos sobre abusos sexuais de religiosos também tiveram seu auge durante o pontificado de Bento XVI. Um relatório de grupo de advocacia da Alemanha, tornado público em janeiro de 2022, acusou o Papa Emérito de ser omisso diante de denúncias abuso infantil quando estava no posto de arcebispo de Munique, entre 1977 e 1982.
"Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Ainda maior é minha dor pelos abusos e erros que ocorreram nesses diferentes lugares durante o meu mandato", respondeu Bento XVI em carta oficial.