O fim do desfile anual da Victoria's Secret, famosa marca de lingerie e produtos de beleza norte-americana, foi confirmado na última semana pela L Brands, responsável pela grife. Após rumores apontarem o cancelamento do evento no meio do ano, a notícia se tornou oficial: o Victoria's Secret Fashion Show deixará de existir de vez - o desfile acontecia todo ano desde 1995 e virou marca registrada da empresa. Em um momento de valorização da diversidade na moda, a grife sofreu críticas por não modificar o perfil de seu casting - personificado na figura das "angels". "Nós acreditamos que é importante evoluir a mensagem da Victoria's Secret", declarou Stu Burdoerfer, CEO do grupo.
Não é de hoje que a Victoria's Secret virou alvo de críticas por não apresentar mulheres diversas em seus desfiles. Ao longo de quase 25 anos de evento, a marca foi acusada de reforçar padrões de beleza pouco realistas nas passarelas e não contribuir para a representatividade feminina. Com um time de "angels" mais diverso, a grife chegou a apresentar um desfile inclusivo para seus padrões no ano passado, mas as declarações polêmicas do diretor de marketing, Ed Razek, repercutiram de forma negativa entre o público.
As semanas de moda de Nova York, Paris, Londres e Milão provaram que não existe um "corpo de modelo" ideal - nem cabelo, nem idade. Além de lançar as principais tendências quando o assunto é roupa, maquiagem e acessórios para a próxima estação, grifes como Chromat, Tommy Hilfiger, Studio 189 e Christian Siriano levaram mulheres grávidas, gordas e maduras para o holofote. Já a Savage X Fenty, linha de lingerie sexy encabeçada pela cantora Rihanna, conquistou a crítica internacional por defender o empoderamento feminino com um casting superdiverso trajando roupas íntimas.
Por aqui, a diversidade também marcou presença. A grife Angela Brito, por exemplo, contou com um casting formado majoritariamente por modelos negras e exaltou a estética afro na beleza desfilada no São Paulo Fashion Week. Por sua vez, a Cavalera exibiu mulheres plus size e modelos transexuais com direito a um protesto poderoso nas passarelas paulistas (Sam Porto desfilou com as palavras "Respeito Trans" escritas no peito). Já a plataforma Free Free, estreante no SPFW, levou um dos desfiles mais inclusivos para a cidade brasileira: mulheres de todas as idades, cores e tamanhos.
(Por Bruna Vilar)