Um ano depois da morte de Gugu Liberato, a família do apresentador lançou campanha para conscientização sobre doação de órgãos em São Paulo nesta quinta-feira (19). Filho mais velho de Gugu, João Augusto se emocionou, assim como a avó Maria do Céu, durante o evento. As gêmeas Marina e Sofia Liberato, Aparecida e Amancio Augusto, irmãos do empresário, Dr. José Huygens Parente Garcia, que é presidente da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), e Carol Cohen, da Colabore com o Futuro, também estiveram por lá.
Em entrevista recente, os irmãos de Gugu lembraram que é preciso que a pessoa manifeste e deixe reforçado o desejo de doar órgãos enquanto ainda esteja viva, para que não reste dúvida à família. "Quem sobrevive não se sente muito no direito de fazer essa doação se a pessoa que morreu não se manifestar", afirmou Amancio. "Que as pessoas expressem seu desejo de doar os órgãos depois da sua morte física e que as pessoas cumpram a vontade do familiar que falece para que cada vez mais gente possa sobreviver com esses órgãos", disse Aparecida.
Mãe de Gugu Liberato, Maria do Céu relutou em autorizar a doação dos órgãos do filho por medo de que o corpo ficasse deformado. "Eu nem queria assinar, no começo, para tirarem as coisas do corpo dele porque ele iria ficar deformado. Então, por isso que eu falo, as pessoas que quiserem doar, que elas não tenham medo que a pessoa vá ficar deformada, porque ela vai ficar igualzinha como ela era. O Gugu ficou igualzinho como ele era. Nem se notava que ele tinha tirado a córnea, que ele tinha tirado qualquer órgão", comentou.
Hoje, Maria do Céu só tem o desejo de conhecer a pessoa que recebeu o coração de Gugu. "Eu queria abraçar, queria, sei lá, queria sentir o coração dele batendo, escutar o coração dele pertinho. Já pensou, que coisa linda isso?", declarou. Em abril, Gugu ganhou acervo memorial com objetos da vida pessoal e profissional em homenagem aos 61 anos que completaria no dia 10.
A irmã de Gugu destacou que o artista sempre quis que seus órgãos fossem doados. "Uma vez ou outra, nós havíamos conversado sobre isso e ele disse que queria. 'Ah, quando eu morrer, eu vou querer doar meus órgãos, fazer o bem para outras pessoas'. Era uma situação muito difícil porque foi uma perda nossa muito dolorosa e foi uma decisão tomada no hospital. Já estava reconhecida a morte encefálica e vieram nos procurar", relatou Aparecida.
(Por Patrícia Dias)