O jornalista João Baptista Belinaso Neto, mais conhecido como Léo Batista, morreu neste domingo, aos 92 anos, no Rio de Janeiro. O comunicador esportivo ficou internado em decorrência de "um quadro de desidratação e dor abdominal" e entrou em estado grave após apresentar complicações de um tumor no pâncreas e uma trombose.
O nome Léo Batista se tornou sinônimo de jornalismo esportivo no Brasil, graças a uma carreira que se estendeu por quase oito décadas. Nascido em 1932 na cidade de Cordeirópolis, em São Paulo, ele trilhou um caminho notável no rádio e na televisão, assim como Cid Moreira, acumulando participações em grandes momentos históricos do país. Desde a notícia do suicídio de Getúlio Vargas em 1954 até o anúncio da morte de Ayrton Senna em 1994, a voz de Léo Batista marcou presença em episódios que moldaram a nação.
Em 1952, Léo mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Rádio Globo. Foi lá que, por sugestão do jornalista Luiz Mendes, adotou o nome profissional "Léo Batista", uma mudança que sua família prontamente aceitou. O nome original, Bellinaso Neto, era considerado complexo para o meio radiofônico, e a modificação ajudou a consolidar sua identidade profissional.
Com um amor pelo esporte que transcendeu sua própria profissão, Léo, um torcedor apaixonado pelo Botafogo, não apenas acompanhou, mas se tornou parte da história desportiva brasileira. Ele esteve presente em Copas do Mundo, Jogos Olímpicos e corridas de Fórmula 1, trazendo emoções de eventos ao vivo para salas de estar em todo o país. Suas parcerias icônicas, como com a zebrinha do Fantástico ao anunciar resultados da loteria esportiva, permanecem imortalizadas na memória cultural do Brasil.
Na televisão, Léo Batista se destacou não apenas no esporte, mas também na apresentação de outros programas. Em 1955, ele encarou seu primeiro desafio na TV Rio e, posteriormente, integrou a equipe da TV Excelsior antes de desembarcar na Globo em 1970. A partir daí, participou da criação de programas que se tornaram pilares do conteúdo esportivo da emissora, como o Esporte Espetacular e o Globo Esporte.
Além do esporte, Léo também apresentou programas de variedades como o Jornal Nacional e o Fantástico, sendo este último onde sua fama de narrar gols com paixão e precisão se intensificou. Léo Batista deixou uma marca indelével no jornalismo esportivo. Sua dedicação ao trabalho e a popularidade com o público foram celebradas em diversas homenagens, incluindo a série documental "Léo Batista, a Voz Marcante," lançada em junho de 2024.
