Intérprete da Morgana da temporada 2012 de "Malhação", Cacá Ottoni está de volta às novelas como a cozinheira Diana da novela "Jesus", folhetim que retrata a trajetória do filho de Deus. Aos 27 anos, a atriz tem conciliado as gravações da trama bíblica da Record TV com a maternidade. Cacá é mãe da pequena Malu, de 1 ano e 7 meses, fruto do seu casamento com o ator Lucas Rossi. Ao Purepeople, a atriz afirma que se preocupa em estabelecer limites para a filha desde já. "Tento transmitir um pouco para a Malu o que meus pais me passaram, embora eles sejam mais tranquilões. A preocupação de impor limites vem desde já, principalmente pelo mundo atual. Criança sem limite é insuportável, nem os pais às vezes aguentam, quanto mais as pessoas de fora. Sou mais rígida e rigorosa do que meus pais foram comigo", admite.
Para Cacá, o mundo atual é um fator que influencia no tipo de educação que dá para a menina. "O desafio é maior comparado há 20 anos. Eu tenho medo! O mundo é outro hoje em dia", acrescenta. "Eu tive uma referência de mãe, tenho, muito boa. Meus pais trabalham com crianças. Meu pai é escritor infantil e minha mãe, professora de arte. A infância foi um momento muito marcante e muito bem aproveitada. Eles são ótimos pais", completa ela, que abriu mão de uma babá na hora de voltar ao trabalho. "Nossa, é difícil esse desapego de conseguir deixar com alguém. Optei por uma creche do que deixar com babá, não quis uma babá. Acho que fortalece o laço familiar com o filho você ter esse distanciamento. Esse tempo para você, ter espaço como indivíduo acaba fortalecendo a sua relação com todas as pessoas. Inclusive com os filhos", opina a colega de elenco de Ricky Tavares, ator que usa em cena uma lente que o faz enxergar só 20%.
A atriz conta ainda que a gravidez de Malu não foi planejada, porém ressalta. "Mas a nossa filha foi muito bem-vinda! Desde o primeiro momento, Lucas e eu já embarcaram e se sentiram pais imediatamente", afirma se referindo ao marido que conheceu nas filmagens de "Canastra Suja" e recordando que fez teatro grávida. "As pessoas acham que quando você não está na TV, você não está trabalhando. Mas existe o teatro e o cinema. Uma vez, uma criança em um projeto-escola me perguntou 'porque você deixou de ser atriz, para fazer teatro?' Acho que existe um pouco essa crença que o ator só é ator quando está na TV", lembra.
Em "Jesus", Cacá interpreta Diana, a cozinheira do palácio de Pôncio Pilatos (Nicola Siri) e filha da prostituta Adela (Adriana Garambone), por quem foi vendida como escrava quando ainda criança, mas mesmo assim lhe faz visitas frequentes, dando à mãe até comida tirada do castelo. "A cumplicidade com a mãe é nosso maior ponto de encontro. Acho que ela aparentemente é uma menina que leva a vida com leveza, mas a trama da personagem surpreende", indica. Questionada se teria a mesma reação que sua personagem, a atriz é enfática. "Não consigo nem imaginar essa situação, minha mãe é a mulher que mais admiro no mundo e ela jamais faria algo parecido com isso. Mas me identifico com o amor incondicional da Diana pela mãe", afirma. "Estou adorando também trabalhar com a Adriana Garambone e construir essa cumplicidade tão íntima de mãe e filha para tornar crível tamanha compreensão da Diana em relação às atitudes da Adela", reforça.
A Morgana do folhetim adolescente conta que ainda é reconhecida pelo personagem que a lançou na TV. "'Malhação' é muito forte, tem um público cativo, jovem, que lida de uma forma muito visceral", ressalta ela, vista, recentemente como uma concubina Bila da série bíblica "Lia". Em seu segundo papel na emissora paulista, Cacá lembra que integrou o elenco de dois projetos que acabaram engavetados. "Para a série dos Mamonas Assassinas (grupo morto em 1996 em acidente aéreo), eu fiz prova de figurino, ensaiei, li. E depois fui contratada para (a novela) 'Topíssima' (que seria protagonizada por Dudu Azevedo, pai de Joaquim, nascido no último dia 9). Gosto muito do clima daqui, acho as relações muito horizontais. A gente está onde tem trabalho", completa citando ter encontrado amigos da época da Globo.
(Por Guilherme Guidorizzi)