Jô Soares aproveitou a presença das amigas jornalistas que cobrem assuntos relacionados à política, no quadro "Meninas do Jô", nesta quarta-feira (26), para criticar o "politicamente correto". Alvo de insulto por ter entrevistado a atual Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o apresentadora reclamou: "Qualquer coisa hoje não é politicamente correta. Enfim. Tem sambas que não poderiam ter hoje em dia, né?". E citou um trecho da música "Mulata Assanhada". "Não pode ser assanhada... O 'Teu Cabelo Não Nega", acrescentou ao se referir a uma outra marchinha.
Em seguida, Jô comentou sobre a música "Aquarela do Brasil" e destacou o verso que fala "meu mulato inzoneiro": "Inzoneiro pensam que é um elogio, quer dizer preguiçoso, então não pode também". A cientista política Lúcia Hipólito afirmou que o Brasil "encaretou muito". Prontamente, ele concordou com a colocação da convidada. O humorista, inclusive, já protagonizou vários quadros em que brincava com temas polêmicos que, hoje em dia, seriam proibidos ou criticados, como o do dentista tarado que assediava as pacientes e tinha o famoso bordão: "Bocão!".
Humoristas também reclamam do exagero do 'politicamente correto'
Um dos maiores sucessos do humor no Brasil, Renato Aragão comparou o humor de hoje em dia com o da época dos "Trapalhões". Segundo ele, antigamente não havia problema em fazer piadas com negros ou homossexuais. "Naquela época, essas classes dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para atingir, para sacanear", disparou o artista, reforçando que as piadas tinham o objetivo de fazer rir, fugindo de polêmicas.
Miguel Falabella foi o autor da série "Sexo e as Negas" e, por isso, recebeu inúmeras críticas pelo nome que batizou o programa. "Talvez eu tenha julgado mal porque achei que todo mundo entenderia a paródia com "Sex in the City". Porque a China fez o "Sex e as amarelas" (e não é muito bom, não)".
A atriz e comediante Tatá Werneck disse que já sofreu até ameaças pela internet por conta de suas piadas. "Eu já sofri (ameaças), sim, na internet. As pessoas falam o que querem, não há nenhum filtro pra isso, e a gente tem que simplesmente aceitar. São pessoas que se escondem atrás de uma arroba. Ninguém sabe quem é. Ninguém tem o que fazer", desabafou.
(Por Victor Tavares)