A gravidez e o período pós-parto são períodos que trazem profundas mudanças no organismo feminino. Na pele, por exemplo, acontecem diferentes mudanças. Neste Dia da Gestante, comemorado em 15 de agosto, o Purepeople conversa com uma especialista no assunto para entender quais são as principais transformações, o que pode ser usado e o que precisa ser evitado.
"Na gravidez, o aumento exuberante dos níveis hormonais (como estrogênio e progesterona) e a distensão que ocorre na pele são considerados os principais causadores das alterações cutâneas", indica a médica Marcella Alves, da Clínica Les Peaux (RJ).
Segundo a especialista, o melasma é uma questão de pele muito recorrente durante a gestação. Ele acomete 75% das grávidas e surge durante o segundo trimestre.
"Manchas escuras na face, podendo ter várias distribuições, podem ser transitórias ou persistirem por muito tempo", ressalta. A dermatologista enfatiza a importância do filtro solar não só durante, como após o nascimento do bebê, quando os níveis hormonais estão se regularizando.
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Na gravidez, também é comum haver uma coloração acentuada da pele. "Isso ocorre de forma generalizada, em especial em níveis de mamilos, aréolas mamárias, axilas, virilha, face interna de coxa e região perianal", explica a médica.
Já na região do abdômem, essa pigmentação extra da pele ocasiona o aparecimento de uma linha vertical. "Ela é chamada de Linha Nigra e também desaparece após o parto", conta a Dra. Marcella.
O surgimento de estrias na pele durante a gravidez é outro reflexo comum em muitas mulheres. A médica explica que elas surgem especialmente a partir da 24ª semana. "Importante hidratação adequada, através da ingestão de água e cremes hidratantes locais", acrescenta a dermatologista.
A especialista ainda ressalta outras mudanças corporais no aspecto da pele, como varizes (devido ao inchaço nas extremidades), acne, hirsutismo (crescimento indesejado de pelos com padrão masculino, em locais incomuns em mulheres, como rosto, peito e costas) e a pele fica mais brilhosa (devido ao aumento do fluxo sanguíneo).
Durante a gravidez, a rotina de skincare precisa ser alterada. "Existem substâncias que oferecem riscos à mãe e/ou ao feto", sinaliza a Dra. Marcella.
Cada caso deve ser estudado individualmente, mas a dermatologista indica que é preciso ficar atenta a substâncias como ácido salicílico, eritromicina estolato, hidroquinona, tretinoina, adapaleno, isotretinoina, ureia, cânfora, produtos que contenham parabeno como conservante, protetores solares com metoxicinamato de octila. "Olhe sempre os rótulos e opte pelos que contenham óxido de zinco", apontou.
A médica pontua que cosméticos naturais à base de óleo de amêndoas e manteiga de karité, água termal, por exemplo, podem ser boas apostas.
A dermatologista sinaliza quais são os efeitos nocivos para o bebê e para a grávida quais sejam usados produtos com ativos proibidos na gravidez. "O maior risco é teratogenicidade ou toxicidade fetal (alterações na estrutura ou função do feto). Porém, também existem substâncias que podem causar hepatotoxicidade materna (danos causados ao fígado da mãe), assim como anomalias congênitas", afirma.
A rotina de skincare já passou a fazer parte de muitas mulheres e não precisa sair de cena durante o pós-parto e amamentação. "A mulher pode fazer um skincare, sim, mas precisa evitar produtos que contenham ácido retinóico e ácido salicílico. Neste período o ácido glicólico, a vitamina C e ácido azelaico são ótimas opções e estão liberados", finaliza a especialista.