Gloria Perez contou que escrever a ajudou a superar a morte da sua filha, Daniella Perez, que foi assassinada durante as gravações da novela escrita pela autora, "De Corpo e Alma", por Guilherme de Pádua, colega de elenco, em 1992. "Eu não voltei no dia seguinte, mas 15 dias depois. Voltei a escrever para continuar vivendo", afirmou em entrevista ao jornal "O Globo".
"Ou me acabava ou me mantinha em pé. E tinha que ficar em pé. Terminei a novela de qualquer jeito, com esse vínculo de escrever o capítulo e sair correndo atrás de testemunha, de tudo que tinha que resolver nesse caso. Escrevi pela técnica, a cabeça não estava lá. Sei lá como, Deus sabe. Porque senão eu ia bater a cabeça na parede e aquilo me prendia ao real, no cotidiano", declarou.
Esta não foi a primeira trama que a novelista sofreu escrevendo. Em "Caminho das Índias" (2009), Gloria descobriu um câncer na tireóide. "Escrevia na cadeira da quimioterapia. Às vezes, a gente fica enfraquecida. Mas levava o computador porque tinha que escrever o capítulo, o que também era um estímulo para me manter fortalecida", contou.
Próximos projetos
Atualmente, a autora se dedica à série 'Dupa Identidade", com previsão de estreia para o segundo semestre deste ano. Com 13 episódios, a atração fala sobre um serial killer interpretado por Bruno Gagliasso e a policial forense vivida por Luana Piovani.
"Gosto muito de séries policiais, e estamos tendo uma abertura na Globo para atrações do gênero. Esse policial mais leve, sem tiroteio, é algo que ainda não foi explorado. Então tive vontade de fazer até pela curiosidade que a gente tem de entender essas cabeças, que são humanas, mas tão diferentes do que a gente considera humano", disse.
Gloria contou como foi realizada a pesquisa para escrever a trama. "A grande inspiração foi o Ted Bundy, serial killer americano. Fiz uma pesquisa em cima dele e outra em cima da perícia, porque é algo que encanta as pessoas", disse.
Novelas
A autora afirma que folhetins não são sua prioridade no momento e não tem nada em mente ainda. "Estou focada na série e não dá para fazer duas coisas ao mesmo tempo", afirmou. "Além disso, tenho outra série para fazer, sobre a Bibi Perigosa, ex-primeira dama do tráfico, personagem da Rocinha que conheci durante minha pesquisa com meninas da favela. Vi que ela tinha um site e lhe disse que escrevia bem. Ela publicou um livro, e a Globo comprou os direitos", finalizou.