Giselle Itié usou as redes sociais para rebater comentários ofensivos que recebeu em seus perfis nas redes sociais após narrar um abuso sexual que sofreu aos 17 anos à revista "Glamour". A atriz, cujo contrato com a Record foi renovado no final de 2016, lamentou que as ofensas tenham vindo, em sua maioria, de mulheres.
"Sobre os comentários agressivos e equivocados de mulheres em relação a um texto que escrevi sobre um abuso sofrido por uma menina de 17 anos. Eu. Sororidade é a união, a aliança feminista entre mulheres. Feminista? É uma Pessoa que acredita na igualdade de direitos entre mulher e homem. Voltando para a ideia de irmandade, a sororidade é muito importante para nós Mulheres combatermos a sociedade machista. Machista? É uma pessoa que recusa a igualdade de direitos entre mulher e homem. Acreditando que o homem é superior à mulher", escreveu a namorada de Guilherme Winter, com quem sempre é clicada em momentos de lazer.
No texto, a artista - que planeja morar com o namorado no futuro - afirmou a importância da união entre as mulheres. "Agora sim, voltando a Sororidade (ufa!): quando nós mulheres somos unidas e levantamos a bandeira a favor da nossa liberdade e igualdade de gêneros, nós, mulheres nos tornamos mais fortes para combater a sociedade machista", contou a intérprete de Zípora em "Os Dez Mandamentos", novela cuja edição foi criticada pela atriz no Twitter.
Ativa nas redes sociais, nas quais também criticou o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, Gisele encerrou a postagem com um questionamento. "Quando leio comentários de mulheres julgando o abuso que sofri e/ou violência que a mulher sofre todos os dias. Julgando como? Reagindo com insensibilidade e indiferença. Acreditando que a vítima 'ajuda' para que o agressor seja violento. Bem, é muito frustrante perceber esse tipo de reação ainda mais de mulheres. Percebo que as mulheres não machistas também se sentem agredidas e de alguma forma se distanciam das mulheres machistas. E eu me pergunto, cadê a sororidade?", escreveu a artista.
Em um trecho do depoimento à revista "Glamour", a atriz narra o momento do crime. "Quando tinha 17 anos, fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar. Quando tinha 17 anos, o castelo caiu e fiquei soterrada. X me desejou boa-noite e me chamou de Cinderela.
Acordei. Olhei para o lado e lá estava ele, dormindo. Olhei melhor e o vi nu. Susto. Me olhei. Nua. O chão forrado de garrafas vazias. Eu forrada de amnésia. Foi difícil sentar. Então vi o que eu já imaginava. Perdi a virgindade. Me perdi.
Sem saber o que fazer, me tranquei no banheiro. Senti nojo de mim, vergonha, medo. O que aconteceu? Notei meu corpo machucado, roxo, mordido. Não conseguia pensar nem chorar. Só queria o abraço da minha mãe", lembrou Giselle.
(Por Marilise Gomes)