A novela "Babilônia" vem recebendo seguidas críticas de parte do público, que chegou a organizar um boicote à trama das nove da TV Globo que, logo na estreia, mostrou um beijo gay entre as personagens Estela e Estela, vividas por Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro, que criticou o repudio às cenas. Agora, foi a vez do ator Gabriel Braga Nunes comentar o caso.
"Problema de quem não quiser acompanhar. A novela é muuuito boa!", disparou o intérprete de Luiz Fernando em conversa com a coluna "Gente Boa", do jornal "O Globo", durante a estreia do filme "Para sempre teu, Caio F.", de Candé Salles, no Rio.
No mesmo local, Camila Pitanga também falou sobre as críticas e consequentes mudanças na novela. "É uma trama que mostra a vida como ela é. Sou uma entusiasta, tenho tanto orgulho de fazer parte de uma história que toca em tantos assuntos delicados...", disse ela, que vive a mocinha Regina.
Autor explica alteração na trama de prostituição
"Babilônia" vem passando por reformulações na tentativa de agradar ao público. Depois de decidir mudar o rumo da personagem de Sophie Charlotte, que inicialmente seria prostituta, agora a emissora alterou a logo, o símbolo da novela mostrado nas vinhetas de abertura. A cor da letra que antes era vermelha, passou a ser branca. A mudança, segundo a colunista Patricia Kogut, do jornal "O Globo", foi realizada para driblar uma campanha religiosa que tem sido feita contra a novela.
Sophie Charlotte entrou na história sabendo que sua personagem se envolveria no mundo da prostituição, e que seria agenciada por Murilo, papel de Bruno Gagliasso. Mas o folhetim precisou sofrer reajustes por causa da classificação indicativa na novela e também devido a críticas do público mais conservador. Para grupos moderados, a história que envolve o universo da prostituição faz mal à família brasileira e, por isso, deveria ser classificada como imprópria para menores de 14 anos.
"O trabalho de prostituição pode ser mostrado, como no caso de Helô, Bebel e Morena. Helô não está sendo explorada, manipulada para fazer algo que não quer. Mas a ingenuidade de Alice estava sendo explorada por um aproveitador. Mostrar o aliciamento não é permitido no horário. A exploração é crime", explicou o coautor da trama, Ricardo Linhares, que divide a autoria do folhetim com Gilberto Braga e João Ximenes Braga.