Feminismo, representatividade negra e LGBT: veja destaques de Cannes 2018. Fotos
Publicado em 21 de maio de 2018 16:06
Por Marilise Gomes | Beleza & Estilo
Ama escrever sobre beleza, estilo, TV e astrologia. Curiosa, sabe que a autenticidade é segredo para o melhor look do dia.
Durante o festival de cinema na Riviera Francesa, a luta pela igualdade de gênero esteve em presente em diversos momentos, bem como a busca por uma maior participação de atrizes e atores negros na indústria do cinema. O Brasil também se fez representado com o lançamento do longa 'O Grande Circo Místico', de Cacá Diegues, e com a estreia de Bruna Marquezine no red carpet francês. Veja mais!
Feminismo, representatividade negra e LGBT: veja destaques do Cannes 2018 após o fim do festival, no sábado, dia 19 de maio de 2018
Haifaa al-Mansour, Kristen Stewart, Lea Seydoux, Khadja Nin, Ava DuVernay, Cate Blanchett e Agnes Varda caminham pelo tapete vermelho em protesto à desigualdade de gênero no festival
A atriz australiana Cate Blanchett discursou sobre a necessidade de igualdade de gênero em Hollywood
Cate Blanchett e outras atrizes usaram um broche com a inscrição '50/50', pela igualdade de gênero na indústria do cinema
Um grupo de 82 mulheres organizou um ato em protesto à diferença de produções produzidas por homens e mulheres no Festival de Cannes
Entre as participantes do protesto, estava a atriz Salma Hayek
No protesto, atrizes, diretoras, produtoras e outras mulheres que trabalham na indústria cinematográfica se reuniram para dar voz à diferença de gênero que ainda é presente no festival
A imagem das manifestantes ilustres entrou para a história do festival de Cannes
Dois dias após o protesto sobre igualdade de gênero, atrizes negras criticaram a falta de representatividade negra em Cannes
As artistas questionaram a dificuldade de atrizes negras conseguirem papeis de destaque por conta do preconceito
No protesto, as atrizes vestiram looks Balmain, maison cujo estilista vem buscando maior representatividade no mundo fashion
O filme queniano 'Rafiki', protagonizado por Sheila Munyiva e Samantha Mugatsia, foi o primeiro longa queniano a chegar a Cannes
Apesar de ser um dos destaques de Cannes, o filme queniano 'Rafiki', foi proibido em seu país natal por trazer um romance lésbico com as atrizes Sheila Munyiva e Samantha Mugatsia
O longa 'Rafiki' é dirigido por uma mulher, Wanuri Kahiu, que posou com as protagonistas do filme em Cannes
A produção luso-brasileira 'Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos' foi premiada em Cannes e protestou pelos direitos dos indígenas
Elenco e produção de 'Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos' criticaram o genocídio indígena e a demarcação de terras no Brasil
Bruna Marquezine fez sua estreia no Festival de Cannes durante a 71ª edição do evento
Durante sua passagem pelo Festival de Cannes, Bruna Marquezine usou looks cheios de estilo
Em um dos looks no Festival de Cannes, Bruna Marquezine usou um cordão avaliado em R$ 3 milhões
Mariana Ximenes e Bruna Linzmeyer foram ao festival para o lançamento do filme 'O Grande Circo Místico'
Bruna Linzmeyer e Mariana Ximenes posam com equipe do longa 'O Grande Circo Místico' em Cannes
Bruna Linzmeyer e Mariana Ximenes atraem flashs ao lançar 'O Grande Circo Místico'
A atriz italiana Asia Argento lembrou um episódio de assédio sofrido em Cannes
'Em 1997, fui estuprada por Harvey Weinstein aqui', contou Asia Argento
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A edição de 2018 promete entrar para a história de Cannes. Além dos tradicionais looks glamourosos e dos penteados com personalidade que cruzaram o tapete vermelho francês, o tom feminista ganhou destaque no festival. O júri foi presidido por uma mulher, a atriz Cate Blanchett, depois de quatro anos e pela 12ª vez nos 71 anos de evento e, desde a abertura, a questão da igualdade de gênero foi abordada em diferentes momentos.

Desigualdade é evidenciada em escadaria

No sábado consecutivo à abertura, aconteceu um protesto que se tornou uma das imagens mais representativas da edição deste ano. Em prol da igualdade de gênero, 82 mulheres da indústria cinematográfica, entre atrizes, como Salma Hayek e Kristen Stewart, produtoras e cineastas subiram as escadarias do Palácio dos Festivais. O número de participantes fazia referência à quantidade de filmes assinados por mulheres que foram indicados à premiação em todos os 71 anos do renomado evento na Riviera Francesa. A título de comparação, são mais de 1.600 trabalhos dirigidos por homens que já passaram pelo festival. Em determinado momento, pararam no meio das escadas, simbolizando que, ainda nos dias atuais, as mulheres enfrentam dificuldades no mercado. No último dia de festival, a italiana Asia Argento destacou em seu discurso o assédio sofrido por ela em edição anterior. "Em 1997, aqui mesmo em Cannes, fui estuprada pelo produtor Harvey Weinstein. "Eu tinha 21 anos. Este festival era o lugar onde ele caçava. Eu quero fazer uma previsão: Weinstein nunca mais será bem-vindo aqui de novo. Ele viverá em desgraça, afastado da comunidade do cinema, que um dia o abraçou e encobriu seus crimes", afirmou.

Festival tem maior presença negra

Outro destaque em Cannes nesta edição foi um aumento de artistas negros, apesar da ainda evidente desigualdade racial no mesmo. Quatro dias depois do protesto pela maior presença feminina no festival, 16 atrizes negras subiram juntas as escadas no mesmo local e questionaram a dificuldade de atrizes negras conseguirem papeis de destaque por conta do preconceito. Com looks Balmain, cujo estilista - Olivier Rousteing - é negro e tem valorizado a maior representatividade no mundo fashion. O ato integrou o lançamento do livro Noire N'est Pas Mon Metier (Negra não é minha profissão, em tradução livre), de Aissa Maiga, no qual artistas relatam o racismo nos bastidores do cinema. Em outro dia do festival, as protagonistas do filme queniano "Rafiki", Sheila Munyiva e Samantha Mugatsia, aliaram estilo e representatividade ao red carpet no dia 09 de maio. Dirigido por uma mulher, Wanuri Kahiu, o longa é o primeiro do Quênia indicado ao festival francês, mas foi banido no país de origem, por ter temática LGBTQ.

Cannes ganhou pitada verde e amarela

Em 2018, o cinema brasileiro também marcou presença no festival: com o longa "O Grande Circo Místico", de Cacá Diegues, Mariana Ximenes e Bruna Linzmeyer cruzaram a Croisette e apresentaram o novo trabalho ao grande público. O documentário "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos", da brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza também agitou o red carpet: premiada na mostra "Um Certo Olhar" do festival e gravada gravada no Tocantins, com indígenas Krahô, a produção luso-brasileira se destacou por conta da crítica de seus produtores e elenco ao genocídio dos nativos brasileiros e às demarcações em terras indígenas. Outro highlight nacional em Cannes foi a passagem de Bruna Marquezine. Famosa desde a infância em produções nacionais, a atriz fez sua estreia na 71ª edição do evento e, com looks cheios de estilo, roubou a cena até na imprensa internacional. Confira esses e mais momentos na galeria acima.

(Por Marilise Gomes)

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Famosos Internacionais Cinema Festival de Cannes
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