Fátima Bernardes falou sobre o uso do CPF do filho, Vinícius, em fraude envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600 dado pelo governo federal para quem ficou sem renda com a pandemia do novo coronavírus, nesta terça-feira (26). No "Encontro", a apresentadora comentou os golpes que têm sido aplicados para a retirada do dinheiro. "O CPF do meu filho foi usado como se ele tivesse dado entrada no auxílio emergencial. E nós só ficamos sabendo bem depois", contou a jornalista, mãe também de Laura e Beatriz, de 22 anos.
Fátima afirmou que o filho "nem poderia entrar com o pedido", uma vez que é estudante e dependente dela e do ex-marido, William Bonner. "[O formulário do pedido exigia] o nome dele, o meu nome, que não é difícil de saber, data de nascimento, e o documento, o CPF dele. A carta de motorista dele estava na internet. Mas aí, se não é uma pessoa da imprensa ligar e questionar, cobrar, nós não teríamos sabido. Quantas outras pessoas estão nessa situação? Nós tomamos as medidas judiciais, não sabemos se o dinheiro chegou a ser sacado. Mas quantas pessoas podem estar sacando dinheiro ilegalmente?", questionou.
No Twitter, William Bonner também se pronunciou sobre o caso. "Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude", desabafou o apresentador. Bonner disse ainda que o CPF de Vinícius tem sido utilizado por estelionatários há três anos. "Fraudes como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras", lamentou o jornalista, que se emocionou ao revelar choque com mortes do coronavírus, doença que levou à internação do cantor Mumuzinho.
William relatou o relatou golpe aplicado: "Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência. A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático. Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela. Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param".
Bonner questionou quantas pessoas não teriam sido vítimas de fraudadores. "Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas? De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa", desejou.
(Por Patrícia Dias)