Lígia, personagem de Débora Bloch na novela "Sete Vidas", vai enfrentar uma situação inesperada nos próximos capítulos do folhetim das seis. Miguel (Domingos Montagner), até então considerado morto, retornará, deixando a jornalista dividida entre sua grande paixão e o casamento estável construído com Vicente (Angelo Antonio). A emoção do reencontro será tão forte que Lígia irá desmaiar ao revê-lo.
Para Débora, a dúvida de sua personagem é totalmente compreensível. "Ela tem uma relação de paixão com o Miguel, é algo muito forte, embora ele seja um homem que não consegue criar laços", pontua a atriz. "O Vicente é aquele homem que não existe (risos). É um homem perfeito, legal, bom pai, bom marido, companheiro... É um cara ideal, mas a história com o Miguel ficou mal resolvida, né? Foi uma história interrompida", avalia.
'Ser protagonista não é o mais importante'
Em "Sete Vidas", Débora repete a parceria com Domingos. Ela foi par romântico do ator na estreia dele em novelas, em "Cordel Encantado". Situação semelhante aconteceu recentemente com Lilia Cabral e Alexandre Nero em "Império". A atriz havia feito par com ele em seu primeiro papel em folhetins, em "A Favorita". "Dou muita sorte para o Domingos", brinca Débora. "Mas, falando sério, a gente sempre se deu super bem. É um ótimo ator, adoro trabalhar com ele".
Voltar a fazer uma protagonista aos 51 anos - a última havia sido na minissérie "Queridos Amigos" (2008) - não é algo enaltecido pela atriz. "Já tenho muito tempo de estrada. Fiz protagonista, antagonista, comédia, tanta coisa... Pra mim, todo trabalho é a mesma responsabilidade. Ser ou não protagonista não é o mais importante. O mais legal é estar contando uma história bacana e o seu personagem ter uma história que te estimule. E tem um porém: protagonista trabalha mais e tem menos folga", pontua, rindo.
'Minha irmã ficou grávida aos 46 anos'
Lígia, ela avalia, é uma dessas personagem que estimulam. "O tema principal da novela, de irmãos gerados por inseminação que se procuram, eu nem conhecia. Aprendi com o trabalho. Isso é muito bom, até porque é realidade, não é ficção", diz. "Além disso, os papeis femininos são contemporâneos. São mulheres modernas, que trabalham e possuem questões não só afetivas, mas profissionais também", completa a atriz, solteira há três anos.
Na história, a personagem de Débora engravidou na maturidade e, para a atriz, mostrar isso é motivante. "A minha irmã, por exemplo, ficou grávida aos 46 anos, de forma natural. E se querer, não foi planejado", conta. "Eu tive minha filha com 30 anos. Minha mãe me teve com 20. A geração de agora tem filhos perto dos 40 ou até depois. As mulheres têm filhos mais tarde por vários motivos, entre eles, porque são mais independentes e priorizam a profissão. Trazer essa discussão é muito interessante", defende.
(Por Anderson Dezan)