A Copa do Mundo acaba neste domingo (15) com Croácia e França disputando o primeiro lugar e, apesar de o hexa não ter vindo após a eliminação do Brasil nas quartas de final contra a Bélgica, o Purepeople reuniu 6 motivos para mostrar que o torneio trouxe momentos de grande importância para as mulheres.
A triste realidade do assédio se mostrou presente também no mundial, envolvendo até celebridades, como a atriz Giovanna Lancellotti e as mulheres mostraram sua voz denunciando. Ainda nas primeiras semanas do mundial, uma jornalista russa apareceu em um vídeo falando palavras de baixo calão em português, motivada por torcedores brasileiros e o caso ganhou repercussão mundial. No Brasil, várias atrizes saíram em defesa da jovem e criticaram a atitude dos compatriotas. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido: a ONG "Fare Network" atuou em parceria com a FIFA e notificou 45 casos de assédio durante a Copa, sendo 30 denunciados por torcedoras e 15, por jornalistas.
O canal Fox Sports trouxe, pela primeira vez, mulheres narrando uma edição da Copa. As escolhidas foram Isabelly Morais, Manuela Avena e Renata Silveira, depois de participarem de um concurso promovido pela emissora, o "Narra Quem Sabe". "Nunca tinha narrado, tive que criar uma Manuela narradora, que eu achava legal em cima da minha personalidade. Sei que tem muita resistência do mercado quanto a uma mulher narrando, então queria que fosse o melhor possível para o telespectador", afirmou Manuela em entrevista anterior.
No Irã, as mulheres são proibidas de frequentar os estádios desde 1981 e, muitas vezes, se vestem de homens para assistir partidas de futebol. Mas, na Rússia, elas não precisaram se esconder e mostraram toda sua alegria ao torcer pela seleção, com adereços, maquiagens e muita cor! Além disso, em 2018, uma jornalista e uma fotógrafa foram as primeiras iranianas a cobrirem o evento, entrando para a história do jornalismo esportivo: Mona Hoobeh Fekr e Samira Shimardi.
Se alguns acreditam que a classificação da Croácia se deu pela torcida de Mick Jagger para a Inglaterra na semifinal, Iva Olivari está ali para provar o contrário. A supervisora da seleção croata tem 49 anos e sua determinação se destacou. "Eu não fui discriminada, embora, claro, ouvi coisas do tipo, 'ela não deveria estar ali, seria melhor se fosse um homem, não sabe nada de futebol'... Mas para mim tanto faz estes comentários", disse à AFP a ex-jogadora de tênis, que vai assistir na primeira fila a final deste domingo em Moscou.
Outra croata que roubou a cena foi a presidente Kolinda Grabar-Kitarovic: ela foi a primeira mulher eleita para o posto e, apaixonada por futebol, não deixou de prestigiar o país na Copa. De acordo com informações da imprensa croata, ela pediu folga não-remunerada para viajar à Rússia e ainda pagou o próprio bolso as passagens, de classe econômica. Além disso, ela fez questão de entrar no vestiário para comemorar a classificação da Croácia após derrotar a Rússia, mesmo sabendo que isso poderia - como foi, de fato - ser motivos de críticas.
A amamentação é fundamental e, no entanto, ainda muito discriminada quando acontece em lugares públicos. Por isso, uma foto de uma torcedora argentina amamentando enquanto torcia viralizou na internet após o jogo entre a seleção de Messi e a Nigéria. O autor da foto foi Hernan Zenteno e a mãe se chama Vanessa, moradora de Buenos Aires que assistiu no telão da capital argentina a partida com a filha, Florencia. "A princípio, não fiquei impressionado com o lado feminista da foto, já que muitas mulheres aqui são fãs de futebol, não é a primeira vez que tiro fotos de mulheres 'alentando' suas equipes ou reagindo a um jogo. O que é polêmico para algumas pessoas – não para mim – é o fato de ela estar amamentando em público...", disse o fotógrafo ao blog 'Dibradoras'.
(Por Marilise Gomes)