O carnaval de 1992 ficou marcado na história dos desfiles das escolas de samba na Sapucaí. Afinal, a Estácio de Sá conquistou naquele ano seu primeiro e único título no Grupo Especial. Passados 32 anos, a vermelha e branca não desfila na elite desde 2020 e hoje está na Série Ouro (Grupo de Acesso), onde três escolas (Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu) foram duramente atingidas por um incêndio de grandes proporções em fábrica de fantasias, deixando um morto.
Essas agremiações não vão concorrer ao título e, consequentemente, ao acesso para o Grupo Especial, porém não poderão também ser rebaixadas para a Série Prata. Já aquele desfile de 1992 da Estácio, com "Pauliceia Desvairada" ficou marcado também na vida de Luciana Sargentelli. Afinal, a destaque da escola cortou os pés de tanto sambar sem sapato em uma plataforma formada por cacos de vidro - vídeo nesta matéria.
Filha de Osvaldo Sargentelli (1942-2002), o "rei das mulatas" e que morreu após gravação de novela da Globo, Luciana tinha 21 anos na época, morava na Espanha, já havia sido rainha de bateria da Estácio e cruzou a Sapucaí em um tripé (uma espécie de carro alegórico bem menor).
+ quem são as rainhas de bateria do carnaval 2025 do Rio?
No dia 4 de março, quarta-feira de Cinzas e, portanto, dia da apuração, o jornal "O Globo" relatou o desfile com garra (e sangue) da modelo. "Empenhada que estava em mostrar um bom samba, Luciana só percebeu que cortara os pés com cacos de vidro ao chegar à Apoteose e notar uma poça de sangue ao seu redor", narrou o periódico.
"Não senti nada. Como este ano vim num carro, resolvi tirar os sapatos para dançar dançar melhor. Não percebi que estava pisando em caco de vidro. O que importa é que estou bem e que minha escola fez um desfile maravilhoso", minimizou Luciana. Desfilando na Estácio há 16 anos, a filha de Sargentelli foi substituída naquela desfile por Monique Evans no cobiçado posto de rainha de bateria.
Cargo este do qual se despede este ano Paolla Oliveira após cinco carnavais seguidos à frente da bateria da Grande Rio. A substituição de Luciana por Monique ocorreu porque a filha de Sargentelli não havia retornado da Europa a tempo.
