A TV brasileira produz grandes conteúdos, mas nos oferece, também, uma série de climões lendários. Poucos deles são mais icônicos que o constrangimento causado pelo cantor Jon Bon Jovi durante uma entrevista para Bruna Lombardi, em 1993. Graças à sagacidade da atriz e apresentadora, o momento constrangedor se tornou um retrato do empoderamento feminino no Brasil.
Na época, Bruna apresentava na TV Manchete um programa de entrevistas intitulado "Gente de Expressão". Diversas personalidades importantes passaram pela atração, como Hebe Camargo, Rita Lee e Mariah Carey. Em 1993, o vocalista do Bon Jovi concedeu uma entrevista para a atração como parte da divulgação do quinto álbum da banda, "Keep the Faith".
Em dado momento da entrevista, Bruna decidiu perguntar sobre a preferência do cantor por mulheres. Ela perguntou se ele gostava de mulheres fortes e o embate começou. "Não uma como você, que deve ser osso duro de roer", disse o cantor. "Claro, e acho que você também é", retribuiu a apresentadora.
Bon Jovi seguiu utilizando um termo inglês hoje considerado ofensivo às mulheres. "Dá para ver que você é cara de se manter [high-maintenance]. Eu gastaria uma grana pra deixar uma garota como você feliz", disse ele. Bruna reagiu revoltada: "Você está brincando? Dinheiro não me faz feliz. Eu tenho dinheiro suficiente. Não preciso de dinheiro de nenhum homem. Eu tenho minha própria carreira".
Percebendo o climão, o artista ainda tentou apaziguar com um elogio. "Você é uma mulher muito forte", disse. "Pode ter certeza", completou Bruna.
O trecho da entrevista de Bruna com Bon Jovi viralizou nos últimos anos e foi muito utilizado como uma referência de empoderamento feminino. A atriz se mostrou surpresa com a repercussão. "Nunca imaginei isso, simplesmente reagi sincera na hora", disse ela, nas redes sociais.
Em entrevista ao "Programa do Porchat", da Record TV, Bruna, que esbanja uma beleza estonteante aos 70 anos, garantiu que não lembrava do acontecimento, mas ficou feliz com o simbolismo que o vídeo ganhou. "Eu trabalho muito pelo empoderamento das mulheres, eu acho que homem nenhum a gente tem que aguentar ele falar qualquer desaforo, em nome de nada", frisou.