Bianca Bin não se importa em falar sobre descartar seu sangue menstrual nas plantas em ritual chamado "plantar a lua". Em entrevista ao Purepeople, a atriz afirma ter maior equilíbrio desde que passou a se dedicar à prática. "Eu realmente planto a minha lua e não tenho vergonha nenhuma de falar disso. As mulheres precisam curar essa relação com o feminino, com esse sagrado. Meu corpo é sagrado para mim e ele conversa comigo. Quanto mais conectada eu estiver com os meus ciclos, meu biorritmo, meu corpo e meu eu interior, eu fico mais equilibrada. Eu acredito muito na nossa intuição e que homens e mulheres precisam curar sua relação com o feminino, essa relação está muito doente", reflete Bianca, adepta de microfisioterapia para superar traumas.
A intérprete de Clara, disputada por dois homens na novela "O Outro Lado do Paraíso", também exaltou o uso do coletor menstrual, que possibilita que ela faça o ritual. "A lua movimenta as marés, as águas, e nosso corpo é feito por 80 ou 70 e poucos por cento de água. É claro que essas fases mexem com a gente também. Eu não chamo nem mais de menstruação, chamo de 'lunação', 'estou na minha lunação'", brincou Bianca Bin. "Porque é um movimento interno gigantesco, muitas coisas acontecem, muda o humor, o corpo, tudo. Eu descobri o coletor menstrual por uma amiga há mais de um ano e foi libertador na minha vida porque, em primeiro lugar, não produz lixo. E a gente conhece melhor o nosso corpo: tem mês que a gente sangra mais, tem mês que sangra menos, e ali dá para ver certinho a quantidade. A gente entende que o sangue não fede, isso acontece pelo contato com o oxigênio e algodão dos produtos. Coletor é muito mais higiênico, prático", elogia a artista.
Vivendo uma vítima de violências físicas na dramaturgia, Bianca Bin chora ao falar sobre os relatos de mulheres que foram abusadas na vida real. "É lindo o número de mulheres vítimas de violência que me encontram e abrem o coração e suas vidas pra mim, me contam seus relatos de forma tão generosa e eu agradeço. Acho muita generosidade. Me trouxe força. São muitos relatos. Às vezes elas falam 'meu marido me me batia' e eu só consigo perguntar 'mas batia muito?'. A última me falou 'sim, ele quebrou meu maxilar'", diz Bianca em meio às lágrimas.
(Por Carol Borges)