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Vivemos um momento importante no debate e ação sobre diversidade e racismo. Mais da metade da população brasileira é formada por negros e pardos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a representatividade negra nos ideais de beleza ainda é bastante restrita.
Inspiração para muitas mulheres, a jornalista Rosy Cordeiro afirma que o mercado ainda é encarado como um nicho. "A falta de representatividade, principalmente de mulheres negras na moda, chega a ser ensurdecedor. Dar oportunidade a pessoas negras para ocupar espaço de fala é uma questão de justiça socioeconômica", afirma a apresentadora ao Purepeople.
Segundo Rosy, o caminho a ser percorrido ainda é longo. "Somos mais que 54% da população adulta, segundo pesquisas, e 7 em cada 10 brasileiros mais pobres são negros. É preciso uma política de redistribuição de renda. Os estados e as instituições precisam fazer sua parte, e nós como comunidade também", continua.
"Todos nós temos a obrigação de ficarmos atentos as nossas ações para que possamos colaborar, para que esses espaços sejam ocupados, para que nossas crianças venham ter referências positivas", destaca.
Nos últimos anos, porém, as brasileiras têm se identificado cada vez mais com sua própria beleza, valorizando o visual natural dos fios naturais e realçando seu tom de pele com maquiagens desenvolvidas especialmente para esse mercado.
"Meu sonho é ver mulheres negras em cargos importantes dentro das agências publicitárias. Com o barulho das redes sociais houve um posicionamento de algumas marcas, mas ainda estamos muito distante do justo", opina.
Apesar de pequenas, existem algumas iniciativas que incentivam a representatividade e a diversidade, que devem ser fomentadas ainda mais. Rosy adotou uma medida contra ditadura de padrões estéticos. "Desde que comecei a fazer a minha moda, quis ser realista", explica.
"Em 2002, fui convidada para apresentar minha moda (@rosycordeirobrand) no São José Fashion Week. Na época, a SPFW acontecia nas principais cidades e eu levei para a passarela o Fat Family, o que causou muito desconforto aos outros estilistas, afinal, era uma estilista negra, rompendo padrões", relata.
"Ali eu me deparei com a primeira ofensa racial da minha vida. O responsável pela beleza de todos os desfiles era um dos top 5 melhores do Brasil hoje, e ele se recusou a me maquiar porque eu era negra. Então como estilista tenho o maior orgulho de fazer uma moda inclusiva", declara.
Rosy defende a quebra dos padrões do corpo perfeito e a aceitação de todos os tipos de beleza e manequins: "Em 2019 fiz um desfile com o tema Ressignificar e coloquei na passarela mulher com perna mecânica, deficiente visual com cão guia e novamente o Fat Family, com modelos plus size, brancas, loiras... Exatamente para mostrar o quão lindo somos na nossa singularidade".