Vinícius Romão foi solto na tarde desta quarta-feira (26) após ter passado 16 dias na Casa de Detenção Patrícia Acioli, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O ator, que participou da novela "Lado a Lado", da Globo, foi acusado de ter assaltado a copeira Dalva Moreira da Costa, no Méier, zona norte do Rio.
O pedido de soltura do ator foi entregue pela polícia à Justiça na terça-feira após o novo depoimento da vítima que teria sido assaltada por Vinícius. Segundo o delegado Niandro Lima, titular da 25ª DP (Engenho Novo), desta vez, ela alegou ter se confundido na identificação do criminoso.
Mas apenas nesta tarde o ator e vendedor foi liberado. Segundo informações do jornal "O Dia", Vinícius, de 26 anos, deixou a cadeia de cabeça raspada, acompanhado por seu pai, Jair Romão de Souza, e por seu advogado, Rubens Nogueira de Abreu.
E apesar de vários amigos de Vinícius o esperarem do lado de fora da casa de detenção, o ator preferiu entrar no carro na parte interna do presídio e sair sem dar entrevistas. "Espero que o caso do Romão seja um marco zero. Nem todas as pessoas estão imunes a passar por isso, sejam elas brancas, homossexuais, enquanto o governo não treinar bem seus agentes", disse Vinicius Melich, amigo de infância do ator, ao jornal.
Entenda o caso
No dia 10 de fevereiro, a copeira Dalva Moreira da Costa foi assaltada em um ponto de ônibus, no Méier, por um homem negro, com cabelo estilo black power. Após ser ajudada por um policial, ela se deparou com o ator a poucos metros do local do assalto e o reconheceu como o criminoso.
Na 25ª DP (Engenho Novo), o ator contou que a vítima havia se confundido, mas não teve jeito. Ele então foi encaminhado para a Casa de Detenção Patrícia Acioli, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Na terça-feira (25), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu a liberdade provisória para o ator, que também é psicólogo e trabalha como vendedor de roupas em uma loja de shopping. Na decisão, o juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 33ª Vara Criminal, escreveu: "O indiciado não apresenta o perfil corriqueiro de autores de crime dessa espécie. É uma pessoa que trabalha, estuda e tem endereço fixo, além de não possuir antecedentes criminais".
De acordo com a revista "Veja", a família de Vinícius quer processar o Estado. O tenente-coronel da reserva, Jair Romão, não se conforma com o fato de os policiais que prenderam Vinícius se contentarem apenas com o depoimento da vítima e não investigarem o caso.
"Meu filho estava saindo do trabalho quando foi preso, acusado de um crime que não cometeu. Se a polícia tivesse feito uma apuração séria, ele não estaria em um presídio. Vinícius não tentou fugir nem reagiu à prisão. Ele trabalha, estuda e tem endereço fixo. Além disso, nenhum objeto da vítima foi encontrado com ele. Como explicar a prisão?", questionou Romão.