Amado Batista causou polêmica ao participar do "Programa do Porchat" na madrugada desta quinta-feira (6). O cantor afirmou preferir a ditadura militar, embora tenha sido vítima da mesma. "Prefiro a ditadura do que essa anarquia que está hoje aí", disparou o músico. O tema está em alta e será o assunto principal da supersérie "Os Dias Eram Assim", na qual o personagem de Gabriel Leone vai ser acusado de subversão.
Em conversa com Porchat, o intérprete de "Princesa" lembrou ter sido torturado quando trabalhava em uma loja especializada em livros. "Meu último emprego foi em uma livraria em Goiânia onde todos os autores lançavam seus livros lá. E os intelectuais iam para conversar, bater papo. Tinha ainda um grupo de comunistas que conversavam comigo e eu os deixavam ler os livros proibidos, como de Che Guevara, que estavam à venda, mas não ficavam expostos. Certamente, a Polícia Federal estava de olho e me prenderam. Fiquei dois meses preso", lembrou Amado. "Tive um mês de tortura e um mês de descanso. Com choque e tudo!", afirmou para o humorista, que irritou Rita Cadilac durante uma gravação.
De forma calma, o cantor acrescentou: "É aquela história. Se você anda com alguém que está fazendo uma coisa errada, você também está errado!". Em seguida, aumentou o tom. "A turma queria tomar o país na base das armas e fazer daqui Cuba, onde o médico ganha US$ 50 por mês. As pessoas não pensam nisso. Graças às Forças Armadas isso aqui não é Cuba", disparou. Ao ser questionado pelo namorado da diretora Nataly Mega, se estava defendendo a ditadura, Amado foi enfático: "Será que alguém defenderia essa anarquia que está hoje aqui?".
Depois, o cantor afirmou que prefere a democracia, mas ponderou. "Quero a democracia para o nosso país, mas uma tipo a dos EUA, onde as leis são cumpridas corretamente. Talvez eu esteja exagerando um pouco. Imagina se um cara passar o limite de velocidade e um guarda vir e te colocar algema? O que a imprensa iria dizer? Agora lá não. Passa 20% da velocidade para ver se os guardas não prendem você, te levam para a cadeia, prendem teu carro...", enumerou. "Não quero a ditadura, quero a democracia. Agora, do jeito que está prefiro a ditadura. Ela foi maravilhosa, foi ruim para os políticos. Só tinha preso político, não tinha pivete na rua, não tinha ladrão", completou. E quando questionado em quem irá votar nas próximas eleições presidenciais, assegurou. "Todo mundo tá de olho em alguém que possa resolver isso aqui. Democraticamente tem que ser o Jair Bolsonaro", apontou citando o deputado federal que criticou Fátima Bernardes. Na época, a apresentadora acabou defendida pela TV Globo.
(Por Guilherme Guidorizzi)