A queda de um jatinho que matou Gabriel Diniz em maio do ano passado foi causada por conta das condições climáticas adversas, a altura na qual a aeronave se encontrava e a à indisciplina de voo do piloto Linaldo Xavier. É o que aponta relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira) e divulgado nesta quinta-feira (29). As informações são do portal G1. Além de Xavier e do cantor, homenageado pelo pai um ano após a morte, morreu ainda o outro piloto Abraão Farias.
Ainda segundo o Cenipa, Xavier prosseguiu com o voo levando Gabriel Diniz embora o tempo não estivesse adequado para o voo. Além disso, a licença dada para o piloto em 2017 só incluía viajar em "condições estritamente visuais". "Não considerar os procedimentos previstos para se manter em condições de voo visuais concorreu para a exposição da aeronave a elevado risco de acidente", aponta o relatório.
Um outro problema apontado é que o jatinho fabricado em 1974, portanto 45 anos de fabricação, não possuía um radar meteorológico. Tampouco não tinha certificação para voar diante Regras de Voo por Instrumentos. A aeronave caiu no município de Estância, no Sergipe, e na época da tragédia a então noiva do artista relatou roubo a joias que estavam com o músico, dono do hit "Jenifer" e homenageado por Whindersson Nunes e Priscilla Alcântara com canção, "Girassol", após seu falecimento.
O Cenipa divulgou ainda que a falta de manutenção derrubou o helicóptero que matou o jornalista Ricardo Boechat também em 2019. A aeronave desde 1988 não passava por nenhuma troca completa de peças ou atualização. Além disso, o compressor apresentou equipamentos vencidos. E o tubo de distribuição de óleo apresentava o calendário de troca com um período excedido diversas vezes.
O piloto Ronaldo Quattrucci, segundo o órgão, não verificou se os instrumentos estavam funcionando da maneira correta. "Houve ineficiência, por parte do operador (o piloto), quanto da organização de manutenção, no acompanhamento e na execução dos processos de manutenção", aponta a documentação. Na época âncora da TV e rádio Bandeirantes e colunista da revista "IstoÉ", Boechat voltava de uma palestra em Campinas (SP) quando o helicóptero caiu na rodovia Anhanguera e, em seguida, se chocou com um caminhão.
(por Guilherme Guidorizzi)