A novela inédita das nove "Um Lugar ao Sol", que estreia segunda-feira (8) traz Andrea Beltrão de volta aos folhetins após 20 anos - o mais recente trabalho nesse segmento fora "As Filhas da Mãe" (2001). Na história de Lícia Manzo, a atriz que se dedicou nessas duas décadas a séries como "A Grande Família" (2002/2009) e "Tapas & Beijos" (2011/2015) dá vida a ex-modelo Rebeca, que levanta a questão de como a mulher lida com a passagem do tempo e a pressão do tempo.
"A Rebeca tem essa questão, fala muito sobre isso com a (amiga) Ilana (Mariana Lima) e o (marido) Túlio (Daniel Dantas). É algo muito forte e muitas vezes repetitiva no relacionamento dela com o Felipe (Gabriel Leone), mas não vejo como angústia", analisa Andrea em conversa com a imprensa.
"A Rebeca pensa muito, o trabalho dela se alimenta disso, as oportunidades começam a rarear cada vez mais, ela tem cada vez menos espaço, mas acho que o mais interessante no texto é que não é uma derrota exatamente, são perguntas, dilemas, problemas, 'o que fazer?', 'como me comportar?'", prossegue a atriz de "Um Lugar ao Sol ".
E a atriz sai em defesa de sua personagem diante de tantas dúvidas na novela que tem como ponto central a história de Christian (Cauã Reymond) que assume o lugar do gêmeo, Christofer/Renato, após sua morte. "A Rebeca reage por mais que fique insegura, sofra, dê 10 passos para trás... Ela sempre está ativa na situação", afirma.
Para compor a filha de Santiago (José de Abreu), Andrea conta ter assistido vídeos de modelos como Linda Evangelista. "Eu e a Mariana ficamos imitando elas, a gente se divertiu", conta citando uma cena da trama que entra no ar totalmente gravada mas com alguns finais em aberto. "A Lícia escreveu um desfile, foi um barato. Gravamos com o (designer) Dudu Bertholini e a (professora de dança) Márcia Rubin. Foi demais!", completa sem esconder a empolgação.
Assim como sua personagem, Andrea tem 58 anos, mas nega ter passado por alguma situação de opressão ligada à TV. "Vivo bem, estou bem. Até quando me olho no espelho às vezes até me acho mais bonita do que antes. Hoje me acho um pouco mais leve, talvez. Essa questão da idade, da passagem de tempo a Lícia escreve com graça, leveza, muito afeto. Então não é algo pesado", exalta.
"Eu como mulher dessa idade todas as situações da Rebeca para mim eram sempre muito interessantes. Se não vi quase todas, compreendo e vejo com carinho. Não vai para um lugar de angústia, massacre, sofrimento e sim 'qual é o problema de envelhecer?'. A gente não precisa ter problema. Até porque a outra opção é bem pior"