Um rapper que se identifica como transmasculino gerou debate nas redes sociais ao falar no podcast "Entre Amigues" que sua identidade de gênero mesmo é "boyceta". No bate-papo, Jupitter Pimentel revelou também que tem gênero fluído quando quer expressar a sua feminilidade.
"Eu sou uma pessoa transmasculina, mas minha identidade de gênero mesmo é boyceta. Mas eu sou uma pessoa de gênero fluido também, então entendo as nuances do gênero, pra onde ele caminha e ser boyceta me dá muita liberdade de expressar minha feminilidade quando eu quero e ter essa identidade meio bixa, que é muito bom. Meu gênero flui, dependendo do espaço, eu não controlo, mas algumas vezes eu controlo", contou em ao podcast.
O termo "boyceta" rapidamente viralizou nas redes sociais e chegou a entrar nos TT's do X, antigo Twitter. Jupitter Pimentel se manifestou e rebateu as críticas após o deputado Nikolas Ferreira publicar o conteúdo da entrevista em seu Instagram e debochar do rapper.
"Tem um mundo de gente querendo provar que eu to errado, que eu sou maluco, que eu preciso de internação, agressão ou morte. Mas eu nao vou trair quem eu sou e tudo que me trouxe até aqui. Não vou negar minha transição e muito menos minha não binaridade. É o que faz sentido!", começou, acrescentando:
"Eles podem até tentar provar, mas seus argumentos são sempre insuficientes, fácil de contrapor. É muito fácil atacar aquilo que não se vive, mas é difícil fazer quem vive negar sua própria realidade".
Jupitter Pimentel comentou também sobre sua experiência única de transição de gênero, desmistificando a ideia de que transição é apenas "tomar hormônio". O cantor, que tem 36 mil seguidores no Instagram, destaca o papel crucial do rap e da cultura periférica no seu entendimento sobre ser uma pessoa trans e como esses elementos foram fundamentais no seu processo.
"Meu processo foi tardio, não sei se é a palavra certa, mas comecei a me entender trans com 26 anos de idade. Eu já vivia da música, já não estava em ambiente corporativo, não vivia mais na casa dos meus parentes... Não vou dizer privilégio, mas foi um acesso diferenciado, porque quem esta nesses ambientes corporativos sofrem muito pra se dizer trans e ainda tem uma cobrança da comunidade trans de quem não se assume. você não pode forçar ninguém a se assumir", afirmou.